Salvador Dali - Birth of liquid desires. Museu Guggenheim, Veneza

‘É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã’


O Brasil não será mais o mesmo depois de 2018.  Diante disso, o que se espera para 2019?

Cerca de 100 milhões de brasileiros participaram de uma guerra virtual que dividiu famílias e desfez amizades. O gigante cibernético mostrou a sua força ao manipular mentes e criar um termo novo para a mentira: pós-verdade.  Então, qual será o caminho agora…

É uma pergunta difícil de responder. Sinceramente, não sei. Vejo a história se repetir como se o comportamento do homem seguisse um caminho em círculo. Lembro, então, do sentimento mais puro, que está acima do bem e do mal. O amor!

Imediatamente, começo a cantarolar o refrão da Pais e Filhos, (claro com certa dificuldade, pois sou desafinada e assustadora no canto) de Renato Russo:

“É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Por que se você parar pra pensar
Na verdade não há

Tenebroso

Se de um lado escancarou-se o que é mais tenebroso e obscuro na alma das pessoas pelo uso da palavra nas redes sociais, de outro, esse jogo de força serviu para alguma coisa: as pessoas que conseguem desenvolver um pensamento crítico perceberam a manipulação e os limites da psique do outro. Com grandes surpresas e decepção!

Tolerância

Um ano de grande aprendizado da minha parte. Tenho certeza que foi para maioria dos brasileiros.  As virtudes da paciência e da tolerância foram colocadas em primeiro lugar na escala de valores individuais, durante 2018, para manter nossos afetos em dia.

É preciso reconhecer que o momento atual é de grande mudança no comportamento da humanidade, sobretudo quando nos referimos a comunicação tecnológica. Hoje estamos vivendo uma realidade virtual. Muitas vezes, não se diferencia a notícia de uma guerra de verdade e de ficção. A  fronteira entre a realidade e a ficção é tênue.

Apesar de toda evolução tecnológica o homem ainda continua apegado ao consumo e o poder do capital cresce a cada dia. Isso mantém e sustenta a escravidão contemporânea.

Mas nem tudo está perdido. As conquistas sociais e ambientais existem e a pauta para esses assuntos estão sempre em destaque em corações amorosos.

No entanto, é preciso preservar o que conquistamos, com sustentabilidade. Mantendo a vida em equilíbrio nesse planeta Azul.

É preciso dar às mãos, seja virtual ou fisicamente para não retroceder nas conquistas. É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã.  Não retroceder jamais!

Desejo que o amor, a verdade e a paz guie os nossos passos  em 2019!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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‘Retrato de Mulher’ de Gustav Klimt é quase uma fotografia

‘Retrato de Mulher’ (1890), de Gustav Klimt, surpreende pela perfeição como foi retratada a modelo. O pintor, provavelmente foi influenciado pelo Realismo, um movimento artístico que surgiu no final do século XIX e início do século XX, logo depois da invenção da fotografia.

 

A tela encontra-se no Palácio Belvedere, em Viena, na Áustria, hoje um museu exuberante pela sua arquitetura, jardim e um grande acervo de obras de arte do barroco ao início do moderno com nomes como de Monet, Van Gogh, dos austríacos Egon Schiele e Gustav Klimt.

De Klimt podemos apreciar um considerável acervo que inclui telas como o famoso Beijo e Judith. Todas as duas representando a fase dourada do artista.

Realismo

Em torno de 1890, Gustav Klimt trabalhava junto com seu irmão Ernest. Na época estava em evidência o Realismo, movimento artístico que repudiava a artificialidade e buscava retratar o que era real, da vida, dos costumes, das classes média e baixa.

Um estilo que certamente sofreu a influência da fotografia, que estava deixando os artistas atônitos, já que eram os fotógrafos da época.

Retrato de Mulher

O que mais impressiona nessa tela de Klimt é a textura da pele delicada, detalhes da renda no vestido negro, sobretudo das jóias que a modelo usa. O ouro reluz e salta aos olhos.

Mosaicos

Aliás, o dourado sempre exerceu um grande fascínio para o pintor, filho de ourives, que não economizou em seu uso nas suas mais importantes e famosas obras, como Adele, Judith. O apogeu do dourado foi logo depois de uma viagem feita a Ravena,na Itália, onde pode apreciar a luminosidade dos mosaicos bizantinos na Catedral da cidade.

 

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As mulheres de Van Gogh

Quando falamos em Van Gogh, além de associar o artista às obras mais famosas, Os girassóis, Noite Estreladas, já vem à mente sua história atormentada e sua loucura. Pouco se publica ou divulga sobre a sua vida amorosa e sobre retratos que fez de mulheres. Elas existiram, sim, em sua vida, e foram retratadas. Hoje valem uma fortuna!

Publicação original Exibart

“A famosa casa de leilões de arte inglesa anunciou a venda de uma bela tela assinada por Van Gogh durante o tempo em viveu na Antuérpia, na Belgica. Quando Van Gogh muda-se da vila de Nuenen de seus pais para o porto de Antuérpia, durante o inverno de 1885-1886, ficou imediatamente impressionado com a vida noturna vibrante dos marinheiros.

Ali ele fez um retrato de uma mulher que conhecera em um cabaré. O artista, em sua correspondência com seu irmão, comentou ironicamente que ela “tinha obviamente uma noite intensa.” Mesmo que era uma dançarina, provavelmente trabalhava como prostituta, e o artista muitas vezes costumava pagar prostitutas ou dançarinas para servirem de modelo.

O retrato estará à venda em Londres, em 27 de fevereiro de 2019, como parte de uma coleção reunida nos anos 80 por um americano anônimo. É esperado vender por dezenas de milhões de dólares. A tela da prostituta de Antuérpia foi leiloada na Christie em 1945.

Uma década mais tarde fez parte da coleção do proprietário de uma casa de relógios em Nova York, Alfred Wyler e sua esposa, Marguerite negociante de arte. Isso antes de acabar na casa do dono americano anônimo atual.

Duas outras pinturas de Van Gogh de jovens mulheres da Antuérpia estão no Museu Van Gogh em Amsterdã, ambas são intituladas retratos de ‘uma prostituta’.”

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Instalação na Bienal de São Paulo mostra as diferenças individuais

A instalação de ‘Vivan los campos libres’, do espanhol Antonio Ballester Moreno, em Afinidades Afetivas, da Bienal de São Paulo, provocou em mim o ‘non lo so che’ – o não sabido. Os inúmeros cogumelos de barro colocados um do lado do outro, iguais no tema e diferentes na forma, expressaram a diversidade do ser humano.

Não é ‘pira’ não, o fato de associar cogumelos a indivíduos.

Por que? 

Eles foram feitos em oficinas, com alunos de cinco escolas da rede municipal de ensino de São Paulo (CEUs de periferia), escolas particulares e funcionários da Bienal. Na infinidade deles, nenhum possui forma idêntica ao outro. Cada um deles possui a marca daquele que o moldou.  Olha a poética que existe nisso!

A proposta

‘Vivan los campos libres’ (Vivam os campos livres) é uma instalação composta por pinturas, que representam os diferentes aspectos da natureza, e milhares de cogumelos feitos por pessoas diferentes. A instalação é inspirada no modo como a combinação de certos elementos produz outros. Assim como a terra, o sol, e a chuva produzem cogumelos.

Antonio Barcellar

“Somos todos diferentes. Cada um vê o mundo de uma forma distinta. Cada vez que nos movemos também, move-se o mundo que nos rodeia. O que nos rodeia a cada momento é parte de um universo particular que se move conosco. O ambiente faz o mundo.”

O não sabido

“A função do belo, Freud introduz pela psicanálise. É  alguma coisa que repelimos e que  atinge a  ‘ignorância essencial’ um ‘non so che ’ – o não sabido. Algo diferente, involuntário, que faz atração imprescindível sobre esta resistência.

O trabalho de atração sobre a repulsão é a obra. É por isso, que para entender “o belo” é preciso manter presente a psicanálise – porque é por ela que  se explica  o fato que o individuo em seu inconsciente é transformado e  como acontece essa transformação para se aproximar do belo”. Aulas de Crítica de Arte de Maria Letizia Proietti. Sapienza Università di Roma.