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Surrealismo explicado em dois minutos e 10 pontos

A racionalidade às vezes nos deixa cegos. Parece um paradoxo mas não é e nem era para Breton, Dali, Magritte, Miró, Ernst e os outros artistas que abraçaram o surrealismo e declararam guerra ao ser racional. Talvez porque ser racional, sábio e preciso pode ajudar a viver mais tempo, mas, em troca vive uma vida que tem medo de cruzar o limiar do visível.

A arte surrealista  tem a vantagem de forçar o espectador a ir além daquilo que o olho vê, para mostrar uma realidade diferente e que existe em um universo que não pode ser tocado, inefável como um sonho, ou real como o mundo visto pelos olhos de uma criança.

Quando o teórico do movimento, o poeta francês André Breton, publicou o seu manifesto  exaltando que o processo criativo deveria funcionar sem controle do pensamento, sem a imposição da razão, do racional, não poderia prever que a palavra surreal ou surrealista nunca perderia a atualidade. É comum ouvir comentários sobre uma situação fora do normal, como algo assim:  foi surreal ou “era um papo surrealista”, quer dizer fora da razão, sobretudo no Brasil, um país irremediavelmente surreal.

Brincadeiras à parte, tratamos diretamente do movimento surrealista (1924) como proposta de transgressão social, que se manifestou nas diversas expressões artísticas.  O movimento começou num momento de incertezas políticas, entre as duas grandes guerras mundiais  e se inspirou nos estudos psicanalíticos de Freud, como crítica à complexidade de um tempo e a fragilidade da condição humana.

Surrealismo no Brasil

No Brasil, um país com muitos ranços colonialistas, a modernidade chegou à reboque de comportamentos europeus, a partir do esforço de mentes de vanguarda para época, com a antropofagia de Mário e Oswald de Andrade e pontuou em obras de Ismael Nery, Tarsila do Amaral, Cuca. Floriano Martins num artigo coloca que Ismael Nery e Murilo Mendes foram os apóstolos do surrealismo e surreais nas atitudes de vida.

Para falar do movimento no Brasil, seria necessário dirigir um material somente sobre o assunto. O que interessa nesse momento é mostrar um resumo do movimento elaborado pelo jornalista italiano, Marco Lovisco, que o coloca de uma forma muito didática e esclarecedora  para leigos e interessados em arte.

Publicação original Due minuti d’arte 

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Joan Miró, O carnaval do Arlequim, 1924-25. olio su tela, 66 x 93, Albright-Knox Art Gallery, Buffalo, NY, USA

Bunuel, Magritte, Dalì, Mirò, Ernst: os mestres do surrealismo e as suas principais  obras explicadas em dois minutos (de arte).

O Surrealismo: Protagonistas e obras resumidas em dois minutos (de arte)

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Salvador Dali. Sonho Causado Pelo Voo de uma Abelha ao Redor de Uma Romã um Segundo Antes de Acordar, óleo sobre tela, 51 x 40,5 cm, em 1944, Museu Thyssen-Bornemisza em Madrid

1. O surrealismo é um movimento artístico-literário que nasce oficialmente na França, em 1924, e se desenvolve no intervalo entre as duas grandes guerras  mundias. Além das artes figurativas, o surrealismo envolve também o cinema e a poesia.

2. Pai do surrealismo o teórico do movimento é o poeta André Breton. É ele que publica em Paris o manisfesto do surrealismo, pelo qual define o movimento nos seguintes termos: “automatismo psíquico puro, através daquilo que nos propomos a exprimir, com as palavras ou escritos ou de outras maneiras, o real funcionamento do pensamento. Comando do pensamento sem qualquer controle exercido pela razão, sem preocupação estética ou moral.

3.O surrealismo se baseia de fato na exaltação do inconsciente e do subconsciente no âmbito do processo criativo, considerando que somente sem as restrições da razão o homem é livre para exprimir a parte autêntica de seu ser. Ps: tudo isso simplificando ao extremo um conceito.

4. À luz disso, é fácil intuir a influência que teria os escritos de Freud ao colocar as bases teóricas do movimento surrealista. Diga-se de passagem que o pai da psicanálise, em nenhum momento da história apoiou o movimento, motivando e expressando a sua perplexidade em uma carta de 1932 endereçada a Breton.

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Max Ernst, The Elephant Celebes, 1921, olio si tela, 125.4 cm × 107.9 cm,Tate Gallery, London

5.  Uma das técnicas usadas pelos surrealistas é a do cadavre exquis (cadáver delicioso). É um processo criativo que envolve vários artistas simultaneamente e pode ser aplicado tanto a pintura quanto à poesia. Se trata de um processo criativo que envolve artistas contemporâneos e pode se aplicar à pintura e na poesia. Um primeiro artista desenha ou escreve a primeira coisa que vem à mente, sem pensar e passa o seu trabalho para o outro artista que faz o mesmo e assim por diante, até obter obras aparentemente sem significado como a poesia “O cadáver delicioso beberá um novo vinho” que deu o nome a esse procedimento.

6. Outras técnicas criativas dos surrealistas são o dripping ( o gotejar) ( em que aparece nos anos 80 0 mestre Jackon Pollock), a colagem, frottage ( esfregar), assemblage, etc..  Altre tecniche creative utilizzate dai surrealisti sono il dripping (di cui diverrà maestro negli anni 80 Jackson Pollock),il collage, il frottage, l’assemblage, ecc. O mais criativo desse ponto de vista foi certametne o artista surrealista Max Ernst que usou muitas dessa técnicas para realizar suas obras.

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René Magritte, Golconda, 1953, olio su tela, 1×100 cm, Menil Collection, Houston, Texas

7. Os destaques nos temas da arte surrealista são ligados ao amor, à liberdade dos vínculos sociais pelas regras, mas sobretudo pelo universo surrealista ligado ao sonho e à loucura, que são evidentes sobretudo nas obras de Salvador Dali.

8. Alem de Dali e Max Ernst, os mais importantes expoentes do surrealismo são Joan Miró e René Magritte.

9. De Chirico, com sua metafísica, é considerado o precursor do surrealismo, mas voltando no tempo, podemos achar elementos chaves da poética surrealista também nas obras de El Greco, o artista do renascimento espanhol do século XVII.

10. Como foi colocado em primeiro lugar na abertura do artigo, o surrealismo não se revela somente na pitura ou na escultura, mas o movimento envolve também o cinema com obras que foram passadas para a história como Come anticipato in apertura di articolo, il surrealismo non riguarda solo la pittura o la scultura ma il movimento coinvolge anche il cinema con opere passate alla storia come Un chien andalou ( um cão andaluz), curtametragem realizado por Luis Buñuel e Salvador Dalí. Ps:a cena dos olhos não se esquece facilmente.

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Vozes indígenas ecoam em Brasília pelo seu direito ancestral a Terra Livre

Milhares de indígenas estão em Brasília desde o dia 23 de abril e permanecem até amanhã(26) clamando pelo seu direito a Terra Livre!

“Nosso marco é ancestral. Sempre estivemos aqui. Nossa diversidade é nosso futuro. Somos 305 povos em território brasileiro. Essa grande riqueza cultural e humana é um privilégio de poucas nações. Apesar da colonização. Apesar de inúmeras tentativas de extermínio, nós resistimos. E nos fazemos mais fortes em conjunto.” Site oficial ATL

A mobilização é contínua e quase sem trégua há mais de 500 anos pelo direito a ‘terra sem males- livre’. A grande utopia Guarani, povo que caminha rumo ao Leste  em  busca da ”terra sem males’.  Mais que um desenho estético e pleno de poética, é a simbologia da ilustração de Marcela Weigert sobre o Tocantins, colocando os povos indígenas, a água pura e o capim dourado como destaque para exaltar a ‘terra sem males’.  Ilustração feita para a publicação de um caderno sobre escravidão contemporânea, lançado em 2021, pelo projeto Escravo Nem Pensar.

Há 20 anos que o  ATL foi criado para dar visibilidade às reivindicações.  No entanto, até agora seus clamores não foram ouvidos e o marco temporal ameaça a vida das comunidades indígenas que vivem no Brasil. 

O Acampamento Terra Livre está acontecendo neste momento em Brasília e o presidente Lula deverá receber nesta quinta-feira (25) uma comitiva de 40 lideranças indígenas.  A Lula será entregue uma carta contendo a reivindicação   do movimento contendo 25 demandas. 

Mas eles não esmorecem nunca. Resistem sempre como povos da floresta.  E cada vez mais as vozes desses povos originários ecoam pelo mundo, por justiça e terra livre. Povos que se tornaram ‘estrangeiros’ em suas próprias terras.

 

O ATL de 2024 está sendo considerado uma  das maiores manifestações de todos os tempos no Brasil, dos povos indígenas. Povos que viviam antes da chegada do colonizador e perderam o  seu direito a terra. 

 “Presidente Lula, não queremos viver em fazendas! A proposta feita de comprar terras para assentar nossos povos afronta o direito originário de ocupação tradicional assegurado pela Constituição Federal de 1988 (…)

Em recente declaração do presidente Lula, foi mencionado que os governadores precisam de “um tempo” para negociar sobre as demarcações de terras indígenas. Mas e o nosso tempo, os tempos dos povos indígenas? Nosso tempo é agora, urgente e inadiável(…). Não podemos simplesmente dar um tempo enquanto nossos direitos fundamentais estão sendo negligenciados. O tempo que queremos é o tempo de ação imediata, onde cada segundo conta para honrarmos nossa ancestralidade e para proteger o futuro de nossas gerações e da humanidade”, fonte: site da ATL.

Em setembro (7 – 11),  as mulheres indígenas estarão marchando rumo a Brasília, com o importante recado:

A mãe do Brasil é indígena.

Com a importante missão de alertar  e lembrar a sociedade moderna que preciso dar um basta. As mulheres originárias propõem reflorestar, mas reflorestar primeiro as mentes dos humanos predadores. Elas acreditam que é possível começar  “Reflorestando mentes para a cura da Terra”.

As fotos e vídeos dos momentos da ATL em Brasília são de Rochele Fiorini, que se encontra na capital do país participando e dando apoio a mobilização.

Rochele atua há anos em instituições que trabalham em prol da causa indígena.

 

Pan-horamarte estará sempre ao lado de movimentos e pessoas que se mobilizam em projetos para salvar o planeta. Nada mais justo do que reconhecer que os povos originários foram e serão sempre os guardiões da natureza. 

Estamos ao lado das mulheres indígenas reflorestando mentes para a cura da Terra. Como escreveu o grande e genial Ailton Krenak em seu livro, Ideias para Salvar o Fim do Mundo,

Mais do que urgente colocar em prática as ‘ideias’ de Krenak e seguir o exemplo dos povos originários para salvar o planeta da barbárie humana!

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“Estrangeiros por toda parte” na Bienal de Veneza de 2024

Bienal das Artes de Veneza de 2024 coloca em pauta um tema que incomoda os europeus: refugiados e a herança da diáspora. Tim-tim! Um brinde para o curador, o brasileiro Adriano Pedrosa.

Pasmem! Depois de 130 anos de existência e considerada a mais antiga e importante bienal do mundo, uma venerável senhora sexagenária nas artes,  só agora na sua 60ª edição que decidiu abrir espaço a um curador sul-americano. Que resistência em sair da bolha!

Mais um brinde ao curador pela escolha do tema: Stranieri Ovunque – Foreigners Everywhere (Estrangeiros por toda a parte). Sem dúvida, para provocar reflexão e ampliar o pensamento crítico, em tempo de descolonização e da complexa situação dos refugiados que sofrem pelas guerras e perseguições e buscam uma vida melhor nos países do primeiro mundo.  

A 60ª Bienal das Artes de Veneza fará a entrega de premiação neste sábado dia 20 de abril e a partir  daí estará aberta para o público até o dia 11 de novembro. Adriano Pedrosa é diretor artístico do Museu de Arte de São Paulo- MASP.

Mesmo que as más-línguas queiram assistir ou profetizar a decadência no prestígio do mais antigo evento do ocidente, a Bienal de Veneza nunca perderá seu glamour porque acontece dentro de uma cidade que é uma obra de arte a céu aberto. Sempre terá público!

Bienal das Artes de Veneza pode ser  irrelevante para alguns europeus, sobretudo italianos ultra-conservadores. É  desconfortável aflorar à memória, temas sociais como racismo, misoginia, colonização e descolonização, dos quais muitos de seus ancestrais foram protagonistas ou ainda agem assim.

 

Das inúmeras bienais de Veneza que visitei sempre viajei nos conceitos as vezes vanguardistas e com a plenitude da liberdades individuais. Mas as mais instigantes lidaram com temas complexos, guerras, autoritarismo e preconceitos.Obras cada vez mais  conceituais, com instalações efêmeras, que não deixarão vestígios num futuro, como no passado deixaram no mármore e nas telas, mas mesmo descartáveis como o mundo moderno, verdadeiras conexões com o espírito do tempo que nos fazem refletir sobre o papel da humanidade.

Em 2015, o tema foi Äll the world’s futures”-Todos os futuros do mundo. 

Neste momento o viés social começou a ser padronizado como tema exatamente como definiu a curadoria. 

Apesar dos enormes avanços no conhecimento e tecnologia, vivemos uma espécie de ‘idade da ansiedade’.E a Bienal retorna a observar  a relação entre a arte e o desenvolvimento da realidade humana, nas forças sociais, políticas, e nas buscas dos fenômenos externos”. — 
Shiharu Shiota- The Key in the Hand (2015)

A Bienal de 2015  é, portanto,  uma sequência da anterior, a de 2013, que  também se desenvolveu com mais poética.

 O “Palácio Enciclopédico” baseado   no sonho utópico do artista italo-americano de criar um museu que iria tomar 16 quarteirões em Washington, para  abrigar todo o saber do mundo. O grande ícone desta Bienal, foi a exposição da obra original do Livro Vermelho de Jung.

A tecelagem foi destaque na Bienal de 2017, Viva a Arte, Arte Viva.

Enquanto alguns grupos radicais no Brasil queriam sufocar a criatividade, fechar museus, Veneza, o berço das artes, exaltou o artista pela sua expressão máxima de liberdade.

Como a vídeo instalação do artista australiano, Tracey Moffatt, que apresenta imagens de artistas famosos. pasmos e assustados olhando as imagens de barcos de refugiados.

 

“Tempos Interessantes”foi a abordagem da Bienal de 2019. O título evoca a ideia de tempos desafiadores e talvez ameaçadores, mas as obras são um convite para ver e analisar o ser humano na sua complexidade.

A instalação Trojan  2016-2017, de Yin Xiuzhen,uma colossal escultura confeccionada com roupas usadas, argila e metal. A figura de uma mulher que se posta curvada.

 

A pandemia não permitiu que se realizasse a Bienal em 2021, que foi normalizado em 2022. O tema bastante sugestivo, “Leite dos Sonhos, que leva o nome do livro de Leonora Carrington, no qual,   a artista surrealista descreve um mundo mágico em que a vida é constantemente reinventada pelo prisma da imaginação e no qual se permite mudar, transformar, tornar-se diferente de si mesmo.

Belkis Ayón foi uma artista cubana e litógrafa. O seu trabalho foi baseado na religião afro-cubana, combinando o mito de Sikan e as tradições do Abacua, uma sociedade secreta masculina

Leite dos Sonhos foi um título que surgiu depois de diversas discussões com artistas de todo o mundo, quando emergiu persistentemente uma série de questões que não só evocam este preciso momento histórico em que a própria sobrevivência da humanidade está ameaçada, mas que resumem muitas outras questões que têm dominado as ciências, as artes e os mitos de nossa Tempo.

Uma Bienal realizada em tempo de guerra, Rússia e Ucrânia. A Rússia com o pavilhão fechado.

Qual será o papel da arte focada no tema  Stranieri Dovunque- Foreigners everywhere (Estrangeiros por toda a parte)?  o que nos apresentarão em obras e conceito?

O tema reserva um conteúdo muito significativo porque desde a antiguidade  a diáspora faz parte da história da humanidade. Infelizmente!

movimento artístico que buscou aperfeiçoar no delinear dos traços, os efeitos da luz

Invenção da fotografia motivou mudanças na arte. Impressionismo

Paisagens da primavera européia estarão sempre associadas às telas impressionistas, um movimento artístico que buscou aperfeiçoar no delinear dos traços, os efeitos da luz sobre a cor.

 A visão do impressionismo compreendia o velho, o novo, natureza e indústria, beleza e banalidade e marcou o início da era moderna na arte.

A invenção da fotografia certamente impulsionou as tendências deste movimento pictórico do século XIX e transformou o mundo.

Corot, Rosseau, Diaz de la Peña, Dupré a Monet, Pissarro, Sisley, pintores franceses do impressionismo, mostravam em suas telas o relacionamento que  tinham com a natureza e se empenhavam na  busca de uma  linguagem inovadora na arte pictórica que pudesse sobrepor-se  à fotografia na captura das imagens.

O impressionismo empurrou o pintor para fora de seu ateliê e lhe mostrou o mundo real que precisava ser pincelado e não aquele proposto pelos  delírios da aristocracia francesa e a competitiva e poderosa igreja católica européia (Itália, Espanha e Portugal). “ Escancararam as janelas e deixaram  entrar o sol e passar o ar”, escreveu Edmond Duranty em 1876, sobre as telas impressionistas. Ele era novelista e crítico de arte francês.

Da mesma forma outro crítico e também poeta, Charles Baudelaire, deixou registrada a sua indignação sobre a fotografia e arte em cartas enviadas aos seus amigos. 

 “Como a fotografia nos dá todas as garantias desejáveis de exatidão (eles crêem nisso, os insensatos!), a arte, é a fotografia. A partir desse momento, a sociedade imunda pôs-se à rua, como um só Narciso, para contemplar sua imagem trivial sobre o metal”, disse ele.

Mais adiante escreve que “ A cada dia a arte diminui o respeito por sim mesma, se prosterna diante da realidade exterior, e o pintor torna-se mais e mais inclinado a pintar, não o que sonha, mas o que vê. Entretanto, é uma felicidade sonhar, e seria uma glória exprimir o que se sonha; mas, que digo eu! Conhece ainda o pintor tal felicidade? O observador de boa fé afirmará que a invasão da fotografia e a grande loucura industrial são estranhas a este resultado deplorável? É permitido supor que um povo, cujos olhos se acostumam a considerar os resultados de uma ciência material, como os produtos do belo não acabe por ter diminuída, singularmente, ao fim de um certo tempo, sua faculdade de julgar e de sentir o que há de mais etéreo e imaterial?”, afirmou Baudelaire, durante o “Salão de 1859”. “O Público Moderno e a Fotografia./

Na antiguidade os pintores faziam o papel dos fotógrafos de agora e pela sua arte deixaram um testemunho da história da humanidade. O impressionismo é exatamente a transição entre a aceitação da nova tecnologia e a arte se adaptando às mudanças. A internet trará uma nova era para arte e a resposta está no futuro.

Como a fotografia nos dá todas as garantias desejáveis de exatidão (eles crêem nisso, os insensatos!), a arte, é a fotografia”. Baudeleire
A indignação do poeta, crítico, escritor do século XIX, Charles Baudeleire  já era o prenúncio de uma grande mudança na arte ocidental. Os artistas começaram sair de seus ateliers e buscar reproduzir as alterações e os efeitos da luz em suas telas. Nascia o movimento Impressionista.

Estação Saint-Lazare, 1877 - Claude Monet. Museu D'Orsay