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“Interpreti Veneziani” completam o charme da Serenissima

Inesquecível é assistir a interpretação das Estações, de Vivaldi, pelas mãos talentosas dos Interpreti Venezini,na Igreja de San Vidal, em Veneza. O encontro com eles foi provocado por aqueles passeios sem roteiro definido ao preambular pelas pontes e vielas da Serenissima, sob o sol refletindo no Grande Canal e em suas construções repletas de histórias e arte.

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“Compre aqui seu bilhete para o concerto de hoje à noite”, dizia o cartaz na porta da Igreja…

Aquela energia contagiante de Vivaldi, a sua vivacidade em dar ritmo às Estações do ano, me atraiu para leitura do programa. Me rendi aos encantos do interior da Igreja e desembolsei 30 euros e garanti meu lugar no concerto daquela noite. A intuição mais uma vez acertou em cheio e a experiência irá permanecer para sempre no álbum de lembranças de uma viajante que ama arte e a música.

Paixão simbiótica

À noite a igreja estava lotada. O público fez silêncio e aqueles músicos começaram a tocar….

Exatamente, usei o verbo correto: a tocar no coração de todos ali presentes.

Éramos parte daquele interpretação. Nem respirávamos para não interferir no diálogo entre aqueles virtuose e seus instrumentos de corda. A simbiose era perfeita. Eles tocavam para si próprios como se o mundo se resumisse apenas na melodia executada. 

Os Interpreti Venezini quando definem Veneza mostram o orgulho e a mesma paixão desenvolvida pela música:

“Veneza é a única cidade do mundo que, desenvolvida de acordo com um código genético escrito além do tempo, permanecerá para sempre inconfundível em comparação a outros lugares no mundo; hoje, de fato, se parece como era em outra época, feita de ouro e pedra d’Istria, e suas salas monumentais continuam a preservar o talento e genialidade de artistas que o destino quis que se reunisse aqui para sempre.

Durante a sua vida, a Serenissima Republica era um laboratório de arte incrível: enquanto mentes excelentes projetavam e construíam palácios e igrejas, mãos experientes trabalhavam nos afrescos no interior que hospedariam depois lindas telas, violinos e violas nasciam nas oficinas de violino, nas pernas, nos salões, nos cinemas e em qualquer outro lugar, se propunham sinfonias, óperas, cantatas.

A música, sobretudo nos últimos séculos, se constituía a trilha sonora da vida cotidiana que transcorria  orgulhosa na sua auto-celebração.

Então vieram as eras das trevas: se a arquitetura e a pintura resistiram ao tempo graças à sua estrutura material, a música, feita de vibrações, desapareceu no ar, deixando Veneza para um destino desconhecido. A temporada de concerto “Violinos em Veneza” pelos intérpretes venezianos (Interpreti Veneziani) quer dar aos belos lugares uma nova e antiga harmonia, ao mesmo tempo. Propõe reviver o som de alguns instrumentos de prestígio, verdadeiras obras de arte reais, num ambiente carregado de história e grande beleza. É assim que em San Vidal a música barroca e as notas de Vivaldi se juntam aos lugares sagrados em que nasceram.

Um encontro entre música e outras musas, para poder criar aquele momento de perfeição que surge da simbiose de dois elementos que parecem ser feitos um para o outro.

Quem quer que seja e onde quer que você venha, seja bem vindo à ‘cidade harmoniosa’ “!

Interpreti Venezini

Uma meditação musical

É uma pena que os vídeos, as fotos,refletem uma parte do verdadeiro espetáculo ao vivo. Não importa. Essa tentativa de descrever e mostrar o virtuosismo desses músicos, é para dar ao leitor,  mesmo não estando presente, a oportunidade de viajar nas linhas da imaginação. 

 

 

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Arte de fazer rir da palhaça cheia de graça

O palhaço e a palhaça são uma graça. A imagem deles é sinônimo de alegria e ternura.  Por que não valorizar a palhaça também? Tanto no masculino quanto no feminino, ambos merecem todo o nosso respeito e admiração. Nossa homenagem em seu dia – 10 de dezembro.

São grande intérpretes na arte de fazer rir, o que é hoje uma tarefa difícil de realizar num mundo bombardeado pelas más notícias, complexo e conturbado. 

Com dia ou sem seu dia, o palhaço jamais será esquecido porque nos remete à magia do circo. À alegria e à ternura. “A criança que não brinca não é criança. Mas o adulto que não brinca perdeu para sempre a criança que vive dentro de si”. Pablo Neruda.

Levar o palhaço a sério

Esse dia instituído em 1981, por empresa de eventos em São Paulo, e agora aceito em todo o Brasil, me motivou a escrever sobre os palhaços que conheci quando trabalhei divulgando Convenções de Malabarismo em Curitiba. Confesso que foi um tempo muito gostoso. Leve e cheio de Cortejos e espetáculos!

Há quem defenda o “Clown” – o palhaço que deve ser levado a sério e que não é só para criança, que usa o humor como ferramenta para destacar questões políticas e sociais. Um canal de abertura social.

Só palhaços? Cadê a palhaça?

Então, nesse devaneio sobre artes circenses e seus animadores me dei conta que destacamos muito mais a figura masculina do palhaço. Mas as palhaças existem e fazem graça com muita graça.

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Cito as que conheço: a Palhaça Baratinha- (Camila Cequinel), uma extraordinária artista. A precursora da Escola Trip Circo, em Curitiba, no Paraná.

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Quando entra no palco cativa o público pela desenvoltura de sua performance.

Sombrinha

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Sombrinha tem olhos brilhantes que encantam as crianças. Não fala quase nada, mas seu trabalho corporal aliado a um figurino original é o suficiente para atrair as crianças grandes e pequenas. Ela seu marido, o Palhaço Alípio, estão sempre fazendo arte. Além de praticarem o bem. Conheci Alípio pela minha filha Marcela quando todos nós sonhávamos em mudar o mundo, com a arte de fazer rir dentro dos hospitais.

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Se os sonhos não alcançaram as estrelas, a alegria que os dois distribuíram acreditando naquilo que fazem já bastou para melhorar a vida de muita gente. Se visitarem o Facebook do Rafael Barreiros, neste fim de ano, o Palhaço Alípio,  verificarão que lá está ele fazendo graça no Cotolengo, uma instituição social de Curitiba.

 Botero, Picasso, Chagall

 O circo - Marc Chagall

O circo – Marc Chagall

Nas artes plásticas, o circo e o palhaço foram temas de muitas telas famosas. Não tem quem resista a beleza colorida do palhaço e do universo lúdico do circo. Botero, Picasso, Marc Chagall foram um deles.

Fernando Botero
Fernando Botero

Fernando Botero, o artista colombiano famoso por pintar pessoas em tamanhos desproporcionais e volumosas, foi enamorado pelo circo no México, durante o período em que passava os meses de inverno da Europa, onde vive há muitos anos.

Nada mais delicado do que terminar um texto com poesia e navegando por essa web infinita encontrei a singela poesia de Pedro Martins:

O Palhaço
 
Ele sorri…
E o seu sorriso contagia
Ele… É o porta voz da alegria
Nessa arte, um verdadeiro doutor
Fazendo mímicas, caretas
Malabarismos, piruetas
Distribuindo o elixir do bom humor
Que ameniza as feridas 
De nossas efêmeras vidas
Com a cara pintada
E a cabeleira postiça
Fica irreconhecível
Disfarce necessário
Para tornar-se hilário 
Um Ser humano especial
Que traz nas veias
O poder de espantar as coisas feias
Personagem fascinante
Ousado e cativante
Que nos invade o coração
De forma inesperada
E nos momentos que ali fica
A única coisa que reivindica
É a nossa gargalhada…

Pedro Martins – 2011

 

 

 

 

 

 

 

 

Nelson Rodrigues - Foto de elpais.com

Nelson Rodrigues e a Tragédia Carioca

Essas últimas duas semanas foram um pouco peculiares em relação as minhas leituras: li seguidas cinco obras do mesmo autor. Não sei se foi uma neura, uma obsessão, mas Nelson Rodrigues me pegou pelas pernas; ou melhor, pelos olhos.

Voltar a ler em português, ver de novo a minha língua e entender o panorama brasileiro  e o comportamento da nossa sociedade foram um dos motivos que um livro me levava ao outro.

Esse ano já tinha lido, pela primeira vez, O Beijo no Asfalto, umas das obras míticas quando falamos em teatro brasileiro e crítica a hipocrisia nacional. Durante o ano, li umas tantas outras obras em português, também bastante ácidas e com muita crítica. Quincas Borba, de Machado de Assis é um claro exemplo de uma crítica a hipocrisia humana.

Obras

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Foram cinco obras que me dediquei a ler estas últimas duas semanas: A Mulher sem pecado, Vestido de Noiva, Valsa nº6, Viúva, porém honesta e Anti-Nelson Rodrigues. Em todas elas pude detectar um elemento em comum, que ao contrário do que muita gente pensa não é são os temas clichês em torno da obra (homossexualismo e adultério) senão de como era, se comportava, a sociedade brasileira entre os anos 40 e 60.

Levei essas obras a casa de um amigo e fiz uma narração em voz alta. Quando lhe contei os anos que estas obras foram apresentadas no Brasil, ele não acreditou. Ora, nos anos 40, aqui na Espanha, com a ditadura Franquista, estas obras estariam proibidíssimas. Coisa que mais tarde passou no Brasil com o decreto AI5.

Análise

Todos os seus diálogos, todas as suas obras, mostram o comportamento de uma sociedade preconceituosa e machista ao extremo. Temas como a negação do homossexualismo, a submissão da mulher, a violência de gênero aparecem na sua obra da forma mais sórdida e latente que chega a ser um tapa na cara em cheio na cara daquela sociedade. Pensemos que elementos que hoje estariam mais que reprováveis pela nossa sociedade eram coisas comuns há uns 50/60 anos atrás.

Esses temas, que hoje já não são falados nem questionados por muitos, são essenciais para entender como se constrói uma sociedade e uma cultura. Analisá-los, lê-los podem nos proporcionar perspectivas diferentes de como nós cremos que é uma sociedade e como ela realmente é ou foi. No caso do Brasil, estou mais convencida que ela foi, mas hoje vendo alguns movimentos extremistas que olham mais para o passado que para o futuro, corremos o risco de que o nosso país volte a ser uma peça de Nelson Rodrigues.

Nelson Rodrigues na sala de aula

Hoje, acho que mais do que nunca, deveríamos estudar Nelson Rodrigues na sala de aula, ler seus textos em voz alta, e fazer um debate com os alunos sobre o muito que uma sociedade pode evoluir. Entender que as coisas mudam, que os valores também e esse motor de mudança, de evolução, é essencial para construir um futuro.

Nelson Rodrigues é necessário para indagarmos, hoje em dia, se queremos voltar a viver numa sociedade em que a mulher não tem voz – em que era agredida, violada e condenada a carregar com a culpa do seu agressor. Queremos viver numa sociedade sem respeito ao próximo, sem respeito ao homossexualismo, aos que sofrem de alguma deficiência, em suma, aos diferentes.

Queremos viver numa sociedade em que toda a carga econômica tenha que ser levada pelo homem, em que este não possa chorar na frente dos outros e tenha que demonstrar por meio da violência a sua virilidade?

Padrão Nelson Rodrigues

A sociedade de Nelson Rodrigues, das peças de Nelson Rodrigues, não é só injusta com as minorias, senão também com uma maioria que não tem direito a ser quem realmente quer porque se vêm presos numa série de padrões e comportamentos que estão obrigados a atuar.

Esta sociedade, este rol, pode ser que já esteja longe de muita gente, mas não esqueçamos que ela, um dia, há não muito tempo, já foi a nossa realidade. Não esqueçamos disso, para garantir que ela não volte.

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Il lato oscuro dell’anima: Fyodor Dostoevskij

Il russo Alexey Remyzov, durante l’esilio a Parigi nel 1927, ha scritto: “La Russia è Dostoevskij, non esiste senza Dostoevskij”.

Quando ero bambino, la nostra casa era piena dei classici della letteratura mondiale, in particolare di romanzi. Scrittori americani, russi, europei e tanti altri erano a nostra disposizione. Per questo motivo ho conosciuto molti scrittori e tra questi Dostoevskij. Fin dalla tenera età lo ho trovato diverso dagli altri perché nelle sue opere mostrava il lato oscuro delle nostre anime. Ho concluso che gli scrittori erano divisi tra due classificazioni: Dostoevskij e gli altri.

“Chi non vuole uccidere suo padre? “

Il scrittore è nato a San Pietroburgo, città nota per le sue attività culturali e gli edifici storici, nonché per la sua fama sull’arte.
Oggi è accetto da alcuni biografi, ma senza prove concrete, che il Dr. Mikhail Dostoevskij, il padre dello scrittore, sia stato assassinato dai propri domestici della sua proprietà rurale nella città di Daravói, indignati per i maltrattamenti per loro sofferti. Ecco perché lo scrittore ha scritto la famosa domanda nel suo capolavoro “I fratelli Karamazov”: “Chi non vuole uccidere suo padre?” Secondo alcuni critici e Freud, questo libro è la migliore opera della storia.

Nei suoi libri ci sono numerose frasi del poeta romantico tedesco Friedrich Schiller e Gogol, scrittori che lo hanno influenzato.

Dostoevskij è riuscito conquistare fama con il suo primo romanzo, Povera Gente.

Anche il suo altro libro “Delitto e Castigo” è un romanzo indimenticabile.
Le sue opere esercitano una grande influenza sui romanzi moderni.

Il Circolo di Petrasevskij

Dostoevskij fu arrestato il 23 aprile 1849 per aver partecipato a un gruppo intellettuale liberale chiamato Petrashevski Circolo, con l’accusa di cospirazione contro Nicola I di Russia. È stato in carcere in Siberia. Liberato nel 1854. Dopo anni di carcere le sue idee cambiarono completamente e queste esperienze furono raccontate nel suo libro Memorie dalla casa dei morti.
Tra tutti i suoi libri, i miei preferiti sono “Fratello Karamazov”, “Delitto e castigo”, “L’idiota” e “Memorie dalla casa dei morti”.

Alcune frasi dei suoi libri sono speciali. Quelle che mi piacciono sono:

“Non mi sono inginocchiato davanti a te, ma a tutti il dolore umano.” Delitto e castigo

“Se vuoi conquistare il mondo intero, conquisti prima a sé proprio ” , Gli indemoniati o Gli ossessi. – I demoni
“È meglio essere infelici, però consapevoli di questo, che essere felici e vivere come un’idiota.” L’idiota
“L’inferno è la mancanza di fiducia.” I fratelli Karamazov”.

Il russo Alexey Remyzov, durante l’esilio a Parigi nel 1927, scrisse: “La Russia è Dostoevskij, non esiste senza Dostoevskij”.
L’influenza di questo scrittore è immensa in Hemigway, Hermann Hesse, Marcel Proust, William Faulkner, Albert Camus, Franz Kafka, Yukio Mishima, Garcia Marquez ecc.
Per tutta la sua vita lo scrittore ha sofferto a causa della mancanza di denaro. Morì nel gennaio 1881 e è stato sepolto nel cimitero di Tikhvin presso il monastero Alexander Nevsky a San Pietroburgo. È ancora uno dei grandi scrittori della storia e credo che lo sarà per molti altri anni.
Se vuoi dare un’occhiata al lato oscuro della tua anima, suggerisco di leggere le sue opere. Garantisco che non sarai deluso.