Alexander Rodchenko (Leningrad State Publishing House), 1925

Não gosto do nome feminismo. Mas faço greve hoje.

Feminismo: palavra tão controversa nos dias atuais. Confesso que odeio esse nome. E por favor não me julguem. Odeio esse nome porque acho que esse termo não foi a melhor escolha para representar a luta da igualdade. E repito. Por favor não me interpretem mal. Não sou contra os direitos das mulheres, nem o direito de igualdade entre sexos. Não sou contra a uma sociedade mais justa moral e eticamente.

Associações a palavra Feminismo

Semanticamente feminismo para mim vem associado ao antônimo de machismo. Dizem que é femismo o termo correto, ou seja, o antônimo de machismo. Pode ser. Mas se machismo é uma ideia completamente rejeitada na cabeça das pessoas com sentido comum, o feminismo acaba sendo assumido por antonomásia como uma palavra um tanto desagradável.

Confesso que deve ser meu pensamento machista falando mais alto. E não descarto um dia mudar de opinião. Mas agora… nesse exato momento, eu não gosto dessa palavra.

Também é certo que os dicionarios do mundo recorrem ao termo feminismo como ideologia que busca a igualdade entre ambos sexos. E nesse contexto obviamente o feminismo me representa.  Mas o fato é que continuo sem gostar da palavra. E acho que dizer isso em voz alta me faz mais humana. Não pretendo mudar o nosso vernaculo por conta disso, apenas ser honesta com os meus sentimentos e dizer que ainda sinto certa rejeição pelo termo em si. Quem sabe isso um dia mude. Estou aberta a ele.

É certo que somos mulheres e que desde muito tempo vamos lutando pela igualdade de direitos. Se hoje temos direito a estudar e ser educadas como os homens é porque algum dia lutamos por isso. Se hoje temos direito ao voto é porque em algum momento nos unimos em favor desse direito.

Dia Internacional da mulher trabalhadora – Greve

Hoje me uno a greve do dia 8 de março, Dia internacional da mulher trabalhadora, porque acredito que ainda temos muitas coisas que melhorar. O meu protesto vai pela diferença salarial, vai pelos muitos sacrifícios que a sociedade assume  e que deve ser feito pela mulher, dos quais alguns eu sofri.

Sim a igualdade

Ainda assim, sinto que o nome Feminismo não me representa; porque na minha cabeça grita essa conotação indissociável que vem da palavra Machismo. Acho que hoje, dia 8 de março, saímos às ruas pela igualdade, não pela supremacia. E sei que estamos ali por isso. Por isso, às vezes sinto que o nome feminismo foi uma má eleição.

Todo o significado dele, para aqueles que se informam entendem a sua importância, é valido. Mas sejamos honestos: a grande maioria, que não vai se informar sobre o tema, vai associar sim a ideias extremistas e intolerantes.

E confesso que pensava em não fazer greve, porque muitas das pessoas que vão a ela não me representam. Se essa gente não me representa então por que vou ali? Certamente porque tem gente que me representa. E muita. A grande maioria. E porque só com isso o debate está aberto. Aberto a que um dia quem sabe conquistemos um mundo melhor e mais justo, aberto a que pessoas como eu possa falar o que que sinto e de repente mude ou mudemos todas de opinião.

Quando mudei então de opinião?

Ontem de manhã, antes de ir ao trabalho, escutei na radio aqui na Espanha, a Pepa Bueno, Locutora da Cadena Ser, dizer isso:

“Mañana es 8 de Marzo, hay convocada una huelga feminista, una movilización que es mucho más que un paro laboral. Se trata de subrayar por ausencia el lugar que las mujeres ocupamos en el mundo, en el trabajo y en casa, en los mercados y en los lugares donde se cuida a los que no pueden cuidarse.

Es una gran novedad y ha provocado mucho desconcierto, muchos debates, que ya son un éxito en sí mismos, mucha reacción defensiva pero también una movilización arrolladora a la que se han sumado mujeres de todos los ámbitos, en toda España y en todo el mundo. (…)

Mobilización Política

Otros han pretendido descalificar esta huelga, que no va contra nadie en concreto y mucho menos contra los hombres, diciendo que es una movilización política. Naturalmente que es política.

Política es que la rueda del mundo gire porque una parte muy importante del trabajo necesario para atender a mayores, niños y enfermos haya descansado y descanse sin remunerar sobre mujeres que acaban viendo truncadas o detenidas sus carreras y convertidas después en pensionistas más pobres.

O en mujeres que lo hacen mal pagadas y sin asegurar su futuro. Política son las medidas necesarias para revertir esa situación. Política, las cuotas en los partidos y las empresas y las reglas para evitar la brecha salarial. Política, el Código Penal que castiga la violencia sexual y el acoso. Política, que en la escuela se eduque en igualdad.

Mundo Mejor

Contra los que dicen que el feminismo y las reivindicaciones victimizan a las mujeres, la realidad es que el movimiento feminista es la historia de un éxito que ha hecho al mundo mejor. Hoy el mundo es mejor que hace un siglo cuando no podíamos ni votar, mejor que hace tres siglos cuando se nos negaba la educación y la ciudadanía y mejor que hace sólo 60 años cuando el único horizonte que ponían por delante de la mayoría era un matrimonio que las anulaba. La organización social, la economía, la convivencia ha mejorado, gracias a las batallas ganadas por el feminismo, que siempre tuvo que avanzar rodeado de mucha incomprensión inicial.

Mucho antes de cien años sabremos en qué mejora la marcha de la humanidad este tsunami que nos lleva en volandas al 8 de marzo de 2018. Porque las mujeres paran para que el movimiento no se detenga”.

O que me fez mudar de ideia

Pois justamente a união de mulheres que são pessoas que sinto que me representam. Pessoas que não estão buscando uma mínima desculpa para se fazer de vítimas, senão pessoas que durante todos esses anos lutaram e venceram… e não por isso não sofreram algum tipo de discriminação no trajeto da sua vida.

Por isso me uno a greve no dia 8 de março. Por que acredito na igualdade de condições.

  • Luto pelo direito das mulheres em não ter que se sacrificarem toda a sua vida para cuidar de alguém e não serem julgadas por isso.
  • Luto pela igualdade de salários, seja no nível que for.
  • Luto pelo direito da liberdade sexual, a verdadeira. A de dizer sim ou não sem complexos e dos dois sexos cortejarem da mesma forma.
  • Luto para que ninguém te pergunte ou assuma que toda mulher quer ser mãe.
  • Luto pela igualdade de oportunidades.
  • Luto contra o preconceito.
  • Luto para que os pais tenha os mesmos direitos que as mães quando se divorciam. 
  • Luto para que ninguém assuma que porque você é mulher tem que fazer os deveres da casa. 
  • Luto para que ninguém se sinta ofendido se uma mulher ganha mais ou paga uma conta. 
  • Luto pela licença maternidade compartilhada (50% um e 50% outro) como se faz em muitos países.
  • Luto pelo direito de decidir sobre sua própria vida.

Luto para que as mulheres que querem crescer não se vejam obrigadas a ser super heroínas em tudo, dar conta de tudo e assumirem tudo como se fossem a sua responsabilidade. Luto pelo direito a imperfeição, tal como somos e seremos até o fim dos nossos dias. E que não nos exijam o contrário.

Luto para que um dia não estejamos jogando esse jogo tão medíocre que é atacar homens ou mulheres pelo simples fato de serem o que são. Pessoas idiotas existem em todos os sexos e ser homem ou mulher não é condição para que se lhes outorguem um determinado rótulo.

Não quero ser melhor que um homem. Nunca. Jamais. Quero só poder ter a mesma liberdade que eles têm em tomar as suas decisões e não ser julgadas por elas pelo simples fato de ser mulher. Por isso minha bandeira vai ser sempre pela igualdade.

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Refinadas e elegantes mulheres de Gustav Klimt

Mulheres delicadas, corpo delineado, refinadas, folheadas a ouro, floridas e elegantes. Era com esses atributos que o austríaco Gustav Klimt exaltava o feminino em suas telas. Nada mais oportuno e justo destacar esse artista na primeira semana de março em que a mulher é homenageada. 

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“Não me interessa a minha pessoa como objeto de pintura, me interessam mais as outras pessoas e especialmente do sexo feminino”.

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Todo o esplendor da obra de Klimt é possível ver numa apresentação de multimídia, em Roma, Klimt Experience, até 10 de junho. A experiência propõe uma imersão com o auxílio da tecnologia, em música e imagens, nas produções do pintor. O aplicativo realizado com exclusividade para as obras de Klimt, permite literalmente entrar no interior de quatro obras célebres do artista percebendo-as na tridimensionalidade cada detalhe figurativo e cromático.

Zeitgeist

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Apesar de Gustav Klimt retratar na maioria de suas telas, mulheres da burguesia vienense, belas e elegantes em todos os tons e volubilidade, o artista também representou o espírito de seu tempo – zeitgeist- vivendo numa Viena do final do século XIX, o centro cultural do continente europeu. Época de Freud e de grandes transformações em que os palácios imperiais dão lugar ao modernismo. A arte, sem dúvida, abre espaço para esse novo tempo.

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O movimento Secessão de Viena, em que o artista foi o principal porta-voz, protestava contra as normas tradicionais, artísticas e étnicas da época. Klimt nasceu numa Viena imperial e viveu a decadência do império austro-húngaro e a primeira guerra mundial (1914 a 1918).

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Mulheres

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Muitas foram as mulheres retratadas por Klimt que vivia dos retratos que produzia para a burguesia de Viena. Todas representaram um época do seu estilo. Por exemplo, a primeira Judite I é coberta de ouro  e a outra é elegante e refinada, representando o moderno, a estética em cuja “a cor e a reflexão pela vida são predominante.

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A época da utilização do ouro em sua tela começou a partir de uma viagem de Klimt a Ravenna, na Italia, onde viu mosaicos. Com o ouro produziu telas magníficas e entre as mais famosas, Judite, Oloforne e o Retrato de Adelle Block-Bauer.

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Com uma de suas últimas obras, As três idades de uma Mulher, ele vence o Prêmio Internacional de Arte de Roma. A obra é rica em detalhes e alegoria. O mais interessante é o brilho em ouro inserido atrás do corpo envelhecido. O rastro dourado de uma vida feminina que se inicia com a maternidade. Belíssima obra.

A apresentação em multimídia nos dá a dimensão do trabalho de Gustav Klimt e nós faz viver emocionalmente as etapas de sua criatividade. Certamente, conhecer as obras originais é como se estivesse dialogando com o artista. Fica para uma próxima viagem!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mosaico do Museu de Santa Sofia. Imperador Constantino.

Arte como testemunho da fé em Santa Sofia

A arte é o testemunho mais genial das diversas maneiras com  que o homem elabora a sua espiritualidade. Quase todos os locais religiosos expressam por intermédio de uma poética artística o que é divino, a fé e as histórias piedosas. Muitos templos religiosos no mundo são resultados das mãos de um artista, tanto na arquitetura, esculturas, como em pinturas. Quanto mais belo, mais eleva o espírito e ajuda na reflexão e fé. 

O Museu de Santa Sofia, em Istambul, Turquia é um desses templos que carrega em cada centímetro de suas gigantescas paredes trabalhos dos mestres artistas da antiguidade. Obras em mosaicos e símbolos pintados que até hoje causam impacto pela beleza e transmitem a sensação do eterno.

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A arquitetura é magnífica e colossal e também um inestimável patrimônio cultural e artístico. O edifício atravessa os tempos e acima de tudo, apresenta para o mundo as expressões de fé de culturas totalmente diversas, a Oriental com a religião muçulmana e a Ocidental, com o cristianismo.

Santa Sofia

A história deixou suas marcas nas paredes gigantescas desta catedral, que também foi mesquita e imprimiu em cada detalhe artístico um pouco do que foi  Istambul, uma cidade que abrigou dois impérios, o romano e o otomano e começou como Bizâncio, da antiga Grécia. Hoje, de um lado do Bósforo Istambul tem uma vida tradicionalmente europeia e do outro é asiática.

A beleza artística de Santa Sofia se explica pela sua história.  Nasceu como igreja católica, transformou-se em mesquita muçulmana, depois voltou a ser igreja e agora Museu de Santa Sofia.As transformações estão explícitas na nave principal que se apresenta como altar católico, tendo nas colunas laterais ao lado do altar as mensagens tradicionais de Alá.

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O caminhar pelas galerias é viajar no tempo e usufruir da memória impressa pelos artistas. Os mosaicos de Cristo e Nossa Senhora estão entre as obras mais impressionantes da antiga catedral. O olhar de Cristo acompanha, a qualquer posição, aquele que observa a obra.

Olhar Crítico

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O grandioso museu turco, antes templo sagrado, é apenas um dos inúmeros exemplos em que a arte e a fé caminham juntas nos processos de criação. As inúmeras igrejas católicas construídas na Itália apresentam as mais belas obras de arte de artistas como Raffaello, Giotto, entre  outros, que representaram por intermédio de suas obras, as  histórias bíblicas do catolicismo para o povo inculto da Idade Média.

Ironicamente, o movimento de Lutero na Europa foi o que mais contribuiu para o desenvolvimento da arte e fez com que a igreja, na tentativa de fortalecer o poder usasse esculturas e pinturas como ferramenta de aprendizado e sensibilização.

Desta forma visitar estes lugares é participar de uma aula minuciosa de história e do poder dos homens em busca de conquistas, amparados em bandeiras religiosas. É sentir que em meio ao caminho da força, da violência, do obscuro, está inserido também o sagrado, o terno e a beleza. É um paradoxo!

 

 

Ophelia (1851-1852 - John Everett Millais)

Tarefas pendentes para ser feliz

O sentido da vida é que a vida acaba. Faz muito tempo eu escutei essa frase por ai. Nunca melhor dito. Nunca melhor plasmado. Mas a verdade é que mesmo sabendo disso, evitamos esse tema como podemos. Passamos os anos pensando em quando realmente vamos ser felizes e quando vamos sentirmos completos. Mas poucas vezes pensamos no que devemos fazer para que isso aconteça.

Ora, quando pensamos nisso?

Quando fazemos aniversário ou quando vamos a um enterro. Essa semana curiosamente tive três em um: dois enterros e um aniversário de um amigo que começa a se dar conta que a vida passa muito rápido.

Difícil é tocar no assunto na correria do dia a dia. Difícil é fazer com que as pessoas realmente se deem conta que a vida passa… e os que sabem disso também sabem que passa rápido demais.

Me lembro uma vez de estar num bar conversando com um colega que tinha mais ou menos uns quarenta e poucos anos. Ora seu discurso… naquela sexta feira noite, na mesa de um bar, tomando uma cerveja, ele olhava nos meus olhos  e dizia… Dizia que no dia que ele pudesse se aposentar, quando esse dia chegasse ele não ia protelar nenhum dia mais a sua aposentadoria. Que queria parar de trabalhar naquele exato momento e ponto.

Esse fim de semana, em que ele me falou isso… me lembro que me senti meio mal. Por ele, pelos outros, pela vida em si. Quão injusto é a vida… ou não. Mas deixar que teus anos de vida vitais passem pensando que você quer que chegue a sua aposentadoria é muito triste. Esse momento foi tão melancólico para mim que pensava em muitas outras pessoas que estavam na mesma situação. Também pensava nos meus lindos 32 anos e se esse pessimismo não ia bater um dia na minha porta.

Como dizia Clovis de Barros Filho: “Vitória dos tristes, que querem que a vida acabe rápido! E ela vai acabar”.

A vida não é curta quando ela é bem vivida. O grande problema é que não sabemos o que é viver uma vida plena. Nem eu, nem você, nem ninguém. Tem alguns que dizem que tem o algoritmo da felicidade. Eu sinceramente não acredito nele. Eu acredito que a receita é diferente para todos… mas a única verdade, a única certeza que temos, é que a vida vai acabar para todos.

Nessa semana, com aquele meu amigo aniversariante, eu lhe coloquei um desafio. O mesmo que eu coloco para você, leitor das minhas divagações: Faça uma lista das coisas que você quer fazer antes de morrer. Faça uma lista de prioridades, de coisas que você faz hoje em dia e quer continuar fazendo, coisas que você quer fazer no futuro… coisas do dia a dia que você gosta e gostaria de fazer mais.

Pegue essa lista; coloque ponto por ponto como se fosse uma lista de tarefas. E pregue ela na geladeira. Ou no espelho do banheiro. No lugar que você passa todos os dias e sempre tem que olhar. Pegue essa lista e faça dela uma lista de tarefas pendentes.

Vamos chamá-la: TAREFAS PENDENTES PARA SER FELIZ… Porque é isso que queremos, não? Ser felizes… a vida plena é algo que temos que buscar diariamente. Não no futuro, não no passado. Só somos verdadeiramente felizes quando estamos vivendo o presente. Não quando pensamos o que foi, ou o que será, nem muito menos quando pensamos naquilo que podia ter sido.

Viver o presente é um trabalho de aceitação: aceitar quem você é, as escolhas que você tomou, no momento que você tomou, com as informações e conhecimentos que você tinha e pensar em quem você quer ser. A vida não dá margem para arrependimentos. E o futuro se constrói aqui e agora.

Para ser a pessoa que eu quero eu devo…

A lista de coisas a fazer antes de morrer não é uma lista de planos futuros. Senão uma semente de motivação para o presente. Construindo esses planos no hoje, você poderá chegar até ai. E para que isso ocorra, você deve pensar no que fazer para isso.

Quando penso nessa lista, penso numa série de coisas pequenas, não grandes… mas que me fazem feliz. Pintar e lixar moveis, comida com os amigos, café no fim da tarde, ver o nascer e o pôr do sol quantas vezes forem possíveis… estar em casa lendo vendo a chuva cair. Também penso nesses momentos em famílias em que todos rimos muito… ou numa tarde na praia ou na piscina, esse momento em que escrevo esse texto.

Sobre grandes coisas ou acontecimentos, pouco penso… penso muito em viajar e tenho listas de lugares que quero ir. Mas só o fato de tomar um chocolate quente no fim da tarde ou de estar estirada na grama com um bom livro, tomar um vinho, tudo isso já são motivos para que eu creia que o dia valeu a pena.

Se posso maximizar estes dias, por que não? Saber que a vida acaba é o primeiro passo para enfrentar os teus medos, desejos e inseguranças… Enfrentando-lhes você poderá fazer com que tudo isso se transforme em uma “potência de agir”… uma potência forte que lhe impulse a mudar e fazer de tudo para ser quem você realmente quer, antes que seja tarde demais.