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Carnaval brasileiro é festa coletiva para todos cairem na folia!

Cada vez mais acredito que o carnaval brasileiro é uma festa com um 'pezinho lá no socialismo' porque pensa na alegria comum a todos. Reúne e acolhe todas as gentes sem distinção de raça, cor, sexo, religião e ideologia política. Todos na sintonia da música e da alegria!

Aqui em Natal, no Rio Grande do Norte, predominam os blocos tradicionais de rua. A capital potiguar já criou o CarnaNatal no início de dezembro com direito a trio elétrico, como ocorre neste período nas grandes capitais brasileiras. Não tem como competir com os tradicionais de Salvador, Recife, Rio, São Paulo, no carnaval/show e espetáculo das escolas de samba e blocos famosos.

Em todo o Rio Grande do Norte a alegria é geral e igual, no pipocar dos blocos, cada qual com sua tradição. E  assim marcam uma programação agitada e vão às ruas brincar com o povo. A alegria é contagiante com a inúmeras bandinhas que estimulam e fazem a gente saracotear em vários pontos da cidade. 

Todos estão convidados. É ver passar na rua e acompanhar pulando e brincando. Os nomes são os mais esdrúxulos possíveis. Desculpa.. rsss. a palava difícil. Mas esdrúxulo (fora do padrão normal) é o  que cabe no momento. Concordam comigo que os blocos Sovaco do Careca, Baiacu na Vara, Carecas, Poetas, bruxas, lubisomens, Bode Expiatório, são levar a vida mais leve? Esses são alguns, mas existem vários espalhados pelas pequenas cidades…

Mas minha praia é a Turma do Mar, também com destaque para o  CTF’Folia, que faz parte do CTF- Assessoria Esportiva, que estou firme com eles e não largo porque me ajudaram a perder o medo de me afogar. rsssss…(talvez nas magóas e não no mar)

turma do Mar. da Esquerda para direita Madalena Nunes - presidente da Associação de Nadadores de Ponta Negtra, Mari quem vos escreve e Herbene Gralha grande promoter da Turma do mar

Até uma marchinha foi criada para o CTF Assessoria Esportiva que vale decorar. Pensem numa curitibana que cujo o carnaval se resume em algo como um desfile macabro de zumbis e uns blocos que heroicamente sobrevivem a um povo mais inibido para se saracotear. O povo do Paraná curte praia no feriado de carnaval e enfrenta filas imensas, num neurose total para descer a Serra e chegar no litoral. Mas vale tudo… Aqui para esta curitibana, Natal com praia pertinho é paraíso na terra!

Por um tempo, alguns dias cheios de magia, o brasileiro para, brinca, canta e dança e aproveita para começar de novo na quarta-feira de cinzas. Na quarta-feira a metamorfose começa. Literalmente a Cinderela vira Gata Borralheria, o príncipe sapo e a carruagem abóbora depois da terça-feira gorda é começar de novo….

Sniff..! Mas vamos falar de arte… Arte que transforma o mundo.

A arte jamais poderia deixar passar em branco algo que representa a alma do povo brasileiro.  Candido Portinari se empolgou com o carnaval carioca e deixou este registro maravilhoso na tela Carnaval, feita em 1960. Mas os nossos queridos artistas não param por ai em registrar uma poética única para resignificar o carnaval brasileiro. 

Por incrível que pareça o brasileiro é um projeto de estado-nação de exclusão. Quem diz isso não sou eu, é o historiador Luiz Antonio Simas. O Brasil fundamentado na aniquilação dos saberes não para os brancos, quatro século de escravidão, genocídio dos povos originários, concentração de renda, não sucumbiu ao desespero. O Brasil deu sentido a vida a partir da festa.

Carnaval de Di Cavalcanti.. 1965

“É impactante como aqueles excluídos foram construindo o sentido de vida a partir de festa. A grande pensadora Lelia Gonzales disse que quem quiser conhecer o Brasil que pulsava, tinha que estudar festa”., conta Simas, no Programa Sem Censura da TV Brasil.

Carnaval – Carybé

 

Agora continuando na arte e colocando no devido patamar aqueles que foram maravilhosos para definir o carnaval brasileiro, cito Hélio Oiticica e os seus parangolés. 

A arte dos Parangolés de Oiticica foi algo inovador porque saiu das telas e levou para a realidade o movimento, a interação corpo, panos e cores que refletem o carnaval,  sem dúvida.

Agora vamos dar um salto na história e descobrir a origem do carnaval. Perguntei ao ChatGPT e à versão Chinesa. Deep Seek. Gostei mais da versão chinesa. 

O carnaval tem origem remota. Tempo dos pagãos e passou para nossa cultura pelo cristianismo. Para converter mais gente para o catolicismo, a Igreja adaptou a festa pagã do império romano Saturnais, e as Dionísicas gregas, que celebravam a fertilidade, a colheita e o prazer, com uso de máscaras, danças e inversão temporária de normas sociais, para conseguir mais adpetos ao novo padrão de religião do mundo ocidental. 

As festividades foram incorporadas ao cristianismo antes da quaresma, que era um período de jejum e penitência. O carnaval tornou-se um período de excesso antes da abstinência. 

Solicitei a IA ChatGPT uma imagem sobre o carnaval brasileiro e eles me passaram essa alegoria, que na verdade não reflete o verdadeiro significado do carnaval para o brasileiro. Imagem americanizada, dos imperialistas e colonizadores… Tudo bem!

O Brasil reinventou o carnaval, no qual durante uma fração de tempo o povo brinca e faz festa para começar a luta a partir de quarta-feira de cinzas.

É praxe dizer entre um buxixo e outro que o Brasil só começa a funcionar de verdade depois do carnaval, É intriga da oposição e gente que detesta nossa alma brasileira que apesar das dificuldades e durezas da vida consegue brincar e fazer festa mesmo dando um duro danado no seu dia a dia. Somos um povo porreta demais! 

Viva o Carnaval..

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Inesquecível mostra que tratou da “Elegância do alimento”

Uma inusitada exposição de roupas e acessórios inspirada em alimentos uniu alta costura e comida na Italia, em 2015. Vale a pena ver de novo em fotos...

De um bom gosto impecável os italianos mostraram nesta iniciativa que o alimento inspira a moda. Jamais esquecerei desta mostra, cujas obras eram assinadas por grandes nomes da alta costura como os diferentes acessórios, como o colar de Gianni di Benedittis, que utiliza em seu desenho o formato de garfos e macarrão ( A foto que abre a matéria).

 

Tiziano Guardini. Um longo inteiramente elaborado com raízes de alcaçuz (liquirizia) pela empresa Amarelli. 

Um brinco na forma de garfo e com o detalhe do macarrão. Assinado por Gianni di Benedittis.

Sorvetes bordados em vestidos assinados pelo italiano Enrico Coveri.

Outro modelo insólito é o vestido-ovo da estilista espanhola, Agatha Ruiz della Prada,

Bolsa em tecido decorado com cerejas, de Louis Vuitton. Isso é ainda é pouco, tem mais.

Guillermo Mariotto por Gattinoni – Coleção Primavera/Verão 2015. Blusa bustiê de pão feito com espigas de trigo verdadeiras e calças de juta com pretzels e biscoitos cristalizados. 

Patrizia Fabri. Coleção Mediterraneo 2015. Chapéu elaborado com palha de decoração em Parasisol e resina.

O objetivo da exposição, segundo os curadores, era de mostrar o diálogo entre a moda e o alimento. “A  moda alimenta a mente, o alimento nutre o corpo”, justificaram os curadores Stefano Dominella e Bonizza Giordani Aragno.

 

O destaque dado pelo PanHoramarte é puramente para entretenimento de seus leitores.

Apresentar essa mostra incomum e ao mesmo tempo tão refinada, tem a finalidade de oferecer ao leitor a dimensão do significado alimento e moda na visão dos italianos e como eles valorizam o que é deles. Dois temas que se unem, sem divisões e fronteiras e com total liberdade de criatividade. Talvez no Brasil seria considerada brega e motivo de zombaria, até para encobrir aquele velho complexo de “vira-lata” que muitos brasileiros insistem em alimentar.

 

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Um segundo de ‘selfie’ perde-se o presente que é um presente para nós

Viver o presente é realmente um presente que você pode se dar. Há anos atrás fui assistir um espetáculo do Cirque du Soleil. Um belo espetáculo inesquecível, porém no final da apresentação aconteceu algo frustrante que nunca vou esquecer.

Aquela apresentação era tão maravilhosa aos meus olhos, que pensei que deveria guardar para sempre. Eu queria registrar para nunca mais esquecer. Então resolvi filmar os minutos finais. Fiquei olhando para tela da câmera o que se passava e quando fui olhar novamente a cena de verdade e não mais na tela, o show já tinha terminado.

Imagem não identifica o Circo de Soleil. Aleatória de circo - 2004, by Mari Weigert

A minha sensação era tão frustrante, que tinha vontade de gritar: “Voltem, façam novamente!!! Eu quero ver!!!” Até hoje, quando lembro, me causa uma “coisa ruim”. Jamais esquecerei que perdi aquele “grand finale”

Foi algo ruim, mas que me rendeu muitos pensamentos, sobre o quanto deixamos de viver o momento para projetar o que virá lá na frente. Na tentativa de jamais deixar de sentir a felicidade por aquele espetáculo no futuro, eu esqueci de estar presente na cena de verdade. E por mais que eu diga que não se deve fazer isso, sabemos que é praticamente impossível em certos ou em muitos momentos. A “tal” da ansiedade é parte da nossa vida

Imagem não identifica o Circo de Soleil. Aleatória feita de um cortejo circense em Curitiba. by Mari Weigert
Imagem by Mari Weigert. 2004

 E pensar nos projetos de futuro também é muito importante. Isso é o movimento da vida, mas quando o presente se torna insuportável, pois a ansiedade é tanta, precisamos rever e buscar alternativas para entender como lidar com isso.

Por isso, desejo que você encontre caminhos para viver o espetáculo da vida, aproveitando e desfrutando cada vez mais do percurso que ela tem para te oferecer. Uma boa semana!

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Queremos mais Arianos Suassunas e Movimento Armorial

A ideia foi dele, Ariano Suassuna. O Movimento Armorial começou em 1970 e foi um rebuliço cultural brasileiro. A genialidade de Ariano valorizou o que o Brasil tem de mais genuíno - a arte e a cultura. Mais Arianos e mais movimentos nos moldes do Armorial, que combina erudito e popular, para dar visibilidade aos nossos talentos em todas as artes que temos de sobra.

O dramaturgo, professor, pintor e escritor Ariano Suassuna (1927-2014), deixou ainda como legado a peça premiada O auto da Compadecida, que inspirou filme e até hoje é sucesso de bilheteria, foi fundamental em todo o desenvolvimentos do movimento. A iniciativa foi um despertar, sobretudo da cultura popular nordestina, pela literatura de cordel, que influenciou as artes plásticas, como as obras de Gilvan Samico e Manuel Dantas Suassuna, Aluíso Braga, Fernando Lopes da Paz, entre outros. Na música misturou sons de pífanos, rabeca e viola com elementos eruditos, criando a Orquestra Armorial. Na dança e teatro trouxeram  representações populares como reisado, maracatu, autos populares.Elementos do mamulengo e do teatro medieval. O resultado dessa combinação entre o popular e o erudito, tudo junto misturado com nossas raízes ibéricas, indígenas e africanas,  foi um acervo inestimável para a história da arte no país e  referência na valorização da identidade brasileira. 

Gilvan Samico - A chave de ouro do reino do vai-não-volta, 1969. Xilogravura.
Iluminogravuras é um neologismo, mas serve para designar um objetivo artístico ao mesmo tempo remoto e atual

Toda beleza e a magia do movimento com mais de 140 obras e relatos em vídeos estão reunidos na mostra Movimento Armorial 50 anos, que já percorreu diversas capitais brasileiras e agora encontra-se em Natal, até domingo (2), no Palácio da Cultura – Pinacoteca Potiguar. Visitá-la é querer mais Arianos Suassunas para Brasil. A curadoria é de Denise Mattar e consultoria do artista plástico Manuel Dantas Suassuna (filho de Ariano Suassuna) e o poeta e professor da Universidade Federal de Pernambuco, Carlos Newton Júnior. 

O termo armorial se refere a um conjunto de brasões, armas e escudos ou emblemas heráldicos associados a famílias, instituições, cidades ou países.  

Zélia Suassuna – Sem titulo, cerâmica. Sua obra é composta de pinturas, litogravuras, esculturas e tapetes. Zélia, mulher de Ariano coloca em suas obras a beleza da Zona da Mata de Pernambuco.

Guerreiros, rainha e figurantes de um auto popular do ciclo do reisado, 1970.

A onça Caetana é a anfitriã da mostra. Existe em torno dela, todo um histórico da infância Ariano Suassuna, que perdeu o pai assassinado por questões políticas. A onça foi o ponto fundamental para  o trabalho criativo de Suassuna. 

Enfim, os meus escritos neste rápido artigo sobre a mostra Armorial 50 representam uma infinitesimal dimensão do que representa a riqueza de material exposta no conjunto de obras da mostra. Os meus escritos e fotos não chegam nem de perto na condição de transmitir a energia que emana da proposta do movimento,  pela poética de uma cultura plena de ritmo, alegria, cores e muita magia.  Espero que dê tempo. Visite-a e confira…