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Aí que dó dessa água! Quando vamos parar de consumir tanto plástico?

É urgente repensar a relação da sociedade com o plástico! As imagens de um rio ou mar poluídos com embalagens plásticas são chocantes. Será possível que não aflige o teu coração essa agressão sem limites?

As duas fotos que ilustram esse início de texto foram desanexadas da instalação vídeográfica do artista e arquiteto Asif Khan, cuja obra faz parte da mostra Plástico: Reconstruir nosso mundo, em exibição no MAAT, em Lisboa. A instalação chama-se Kalpa – palavra em sânscrito que designa um período geológico na cosmologia hindu e budista, compreendendo a criação, distribuição e recriação do mundo.  

O vídeo tem 9 minutos e faz o visitante participar de uma viagem através do tempo, desde o surgimento de formas microscópicas nos oceanos da Terra até à sua contínua acumulação e transformação sob o fundo do mar, e a descoberta do petróleo dois milhões de anos depois. Na metade do filme mostra  a presença dos produtos e resíduos plásticos e também a contaminação dos ecossistemas marinhos resultante da sua decomposição em microplásticos

A exposição analisa o material revolucionário e profundamente controverso a que atribuímos o nome genérico de “plástico”, mas que, na verdade, inclui um universo de produtos sintéticos, com características e utilizações diferentes.  

Calcula-se que 8,3 milhões de toneladas de plástico foram produzidos no mundo desde o início do século XX e desse total apenas 9% foram efetivamente reciclados. 

São três tipos de reciclagem, mecânica, química e biológica. O maior desafio da reciclagem é a separação e triagem dos diferentes tipos de plásticos e o fato de se tratar de um processo que muitas vezes se limita a reconverter os resíduos em produtos de menor valor e adiar a inevitável incineração ou deposição em aterro.

 

Outro vídeo interessante da mostra é divulgado pela DW – Deutsche Welle – imprensa alemã, no qual mostra a rotina de um funcionário recém contratado por uma empresa de reciclagem. Apenas um pequeno trecho do material audiovisual, porém já é capaz de produzir um impacto muito grande sobre nosso julgamento em relação ao consumo exagerado do plástico. As imagens refletem o consumo somente na Alemanha e onde o trabalho de reciclagem é feito com o apoio da mais avançada tecnologia. E o resto do mundo, sobretudo o terceiro mundo onde a tecnologia ainda não chegou? A destinação com certeza a pior possível.

 

imagem gráfica da exposição "Plástico: Reconstruir o Nosso Mundo". © Vitra Design Museum, ilustração: Daniel Streat, Visual Fields

Dividida em três secções, a exposição abre com a instalação videográfica sobre a relação geológica fundamental entre plástico e natureza. A segunda secção percorre a história do plástico desde a sua origem natural até à experimentação com materiais sintéticos de meados do século XIX e início do século XX, prosseguindo depois com o crescimento da indústria petroquímica, o seu impacto na escala de produção do plástico e a crescente preocupação com o planeta a partir de finais do século XX. Por fim, a terceira secção faz um balanço dos atuais esforços para repensar o plástico, desenvolver alternativas, reduzir a sua produção e consumo e promover a sua reutilização.

 

Uma mostra extraordinária como meio de conscientização sobre o problema do consumo e destinação do plástico. Infelizmente ou felizmente o produto já está anexado à vida quotidiana e sua total retirada é impossível, sobretudo em peças de maquinários e outras funções. Não tem mais volta a sua eliminação nos processos que o envolvem, seja na indústria, nos materiais e objetos de consumo. 

O maior desafio no caso do consumo do plástico é a separação e triagem dos diferentes materiais. O que significa isso? 

Significa que depende de nossas ações individuais, cada um fazendo a sua parte ao separar com seriedade os lixo e o material reciclável. Vamos lá minha gente reconstruir nosso mundo, purificar nossa água e proteger a natureza!

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