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Shilpa Gupta deu voz aos poetas presos e silenciados por suas crenças

A instalação sonora “For In Your Tongue, I Can Not Fit -100 Jailed Poets”, no Arsenale, na Bienal de Veneza 2019,  é visceral. Atinge a sensibilidade do espectador e o faz pensar naqueles que lutaram e morreram por suas crenças. Essa é intenção de Shilpa Gupta, artista indiana, ao dar voz aos poetas presos e silenciados por suas poesias e crenças. São 100 folhas impressas espetadas em barras de metal, acompanhadas por microfones e a gravação dos poemas.

É uma obra profundamente sensorial, eloquente, pelo ambiente projetado pela artista que pesquisou poetas desde o século VII até os dias de hoje. Entre as poesias encontra-se a do poeta de Immadadin Nazimi, do Azerbaijão, que viveu no ‘século XIV e foi esfolado vivo em Aleppo.

Na medida que visitante se aproxima do microfone é declamada a poesia que consta na folha impressa. Os idiomas são variados, árabe, turco, inglês, indiano e russo. A obra destaca a fragilidade e vulnerabilidade de nosso direito à liberdade de expressão hoje em dia – e a bravura daqueles que lutam para resistir. Ao longo de uma hora, cada microfone, por sua vez, recita um fragmento das palavras dos poetas, faladas primeiro por uma única voz e depois ecoadas por um coro que se desloca pelo espaço.

 “O título da obra é inspirado em um poema do poeta do século XIV conhecido como Nesimi, nascido no que é hoje o Azerbaijão moderno e executado pelas crenças religiosas expressas em sua poesia que contrariam as doutrinas contemporâneas dominantes. Este é um dos vários poemas históricos incluídos na obra (com os primeiros datando do século VII). A grande maioria dos poemas, no entanto, decorre do século XX até os dias atuais, refletindo o envolvimento particular do artista com a ascensão do Estado-nação e as lutas sociais e políticas relacionadas à autodeterminação e acesso à democracia e aos direitos humanos”. Fonte: Architeraldigest

Shilpa Gupta nasceu em Mumbai, 1976,  e diz que a sua pratica é muito fluída e que trabalha com o cotidiano. Usa desenho, fotografia, vídeo, escultura, som e performance.

 

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