Capela dos Ossos em Évora construída para refletir sobre a fragilidade humana

“Nós Ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos”. Parece piada de mau gosto para uma sociedade como a nossa que trata o assunto morte como se não fizesse parte da vida. A frase é séria e foi criada pelos frades franciscanos no século XVI. Está inscrita na porta de entrada da Capela dos Ossos em Évora, Portugal.

Na sociedade moderna, a ideia dos frades franciscanos do século XVI, de construir uma capela com as paredes completamente cobertas de ossos humanos, parece sinistra. De acordo com a proposta inicial, a capela era ‘um espaço de oração para meditar sobre a efêmera condição humana’.

“O interior, de três naves, com as paredes e colunas completamente revestidas de ossos humanos conserva o ambiente de penumbra e trágico de uma cripta”, explica um texto no local. Também estão ali enterrados os frades franciscanos fundadores da ordem naquela cidade.

Os primeiros frades da Ordem Franciscana chegaram em Évora, em 1224, ainda no tempo em que São Francisco de Assis (1182-1226) vivia. Fundam o convento num lugar abundante de água e terra férteis. Com o tempo foram recebendo gordas doações e acumulando riquezas até o Breve, do Papa Leão X, que em 1513, obrigou os franciscanos a voltar aos rigores da pobreza.

Os poemas eram feitos pelos próprios frades. Um deles é assinado por padre Antonio de Ascensão Teles, entre 1845 a 1848. Não esse acima, que não consta assinatura.

Para compensar a sensação um pouco sinistra da capela, para quem sai se depara na parede da frente no painel de azulejos de Álvaro Siza, que ilustra a apologia à vida em oposição a Capela dos Ossos.

Évora

Évora é uma cidade graciosa, acolhedora e com doces deliciosos para saborear. Incluir no tour de Lisboa um passeio de ida e volta à pequena cidade portuguesa que tem mais de vinte séculos de história, desde os tempos dos celtas, é uma opção sem arrependimentos. O passeio é ótimo.

Évora viveu um período sob dominação romana e ainda mantém, entre outras ruínas, as do Templo de Diana. Há um número de edifícios do período medieval, o mais conhecido  é a Catedral que foi concluída no século 13. Mas foi no século XV, quando os reis portugueses começaram a viver na cidade.

É uma cidade com memória impregnada a cada centímetro de parede. É habitada desde o século II a.C. Durante a Idade Média, foi a residência real por longos períodos de tempo e ganhou prestígio no século 16, quando foi elevada a uma cidade eclesiástica.

 

 

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