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Consumo, universo feminino e aculturação no Salão Paranaense

O 66o. Salão Paranaense  mostra um mundo conturbado, mas ainda amparado pela fantasia e delicadeza do universo feminino. O Museu Oscar Niemeyer abriga esse ano o Salão que é um dos prêmios mais tradicionais do Paraná e importante do Brasil.

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As obras do artista paulista Beto Shwafaty, Aculturação (não) é integração I (Vale do Rio Doce/Mariana) nos lembra o caso de Mariana e a impunidade existente nesse país.

Nova linguagem sobre velhos problemas

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Os objetos do Museu Impossível das Coisas Vivas também acusam silenciosamente e de forma conceitual  a falta de sensibilidade do homem. Efigênia Rolim, com seu sapato de papel, Anna Israel, na Estante de Concreto, Jan M. O, na série EGO, entre outras, juntas denunciam a ação destruidora da sociedade de consumo.

É uma leitura artística da atualidade que se permeia com a delicadeza do universo feminino.

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A mulher marca território no Salão e estimula um encontro com os sonhos, a fantasia, com a construção  de algo esteticamente belo pelo tecer à mão, fio a fio, ponto por ponto, os segredos que habitam na mente de todas elas. O caminho ao santuário particular é ladeado por pedras carregadas de símbolos e lembranças.

A instalação Segredos Que Habito, de Claudia Lara, Giovana Casagrande, Leila Alberti, tem a fantasia e beleza feminina em meio ao caos. Duas Meninas, de Eduardo Custódio, também nos remetem ao lado lúdico da vida.

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Outras, tanto geniais, dizem muito em seu silêncio nas formas, nas cores, nas fotos, na mensagem como M(USE)U, na fachada do MAC/Paraná, ou na escultura de Simone Fontana Reis, Seios da Amazonia, na impressão fotografica de Constance Pinheiro, em Refúgio X.

Olhar Crítico

O Salão Paranaense é a história da arte no Paraná. O trabalho do pesquisador paranaense, Artur Freitas,  professor-doutor em arte paranaense da Universidade Federal do Paraná, relata como se consolidou o moderno na arte em nosso estado, nas  décadas de 50 e 60.

Tudo começou quando um grupo de artistas, entre eles Fernando Vellozo, Ennio Marques, Garfunkel,  se posiciona contra o academicismo em nosso estado. Os dados mostram que o Salão Paranaense está  presente nesta trajetória de transformação.

Saiba mais sobre o trabalho de Artur 

Um dos primeiros fatos ocorridos dentro do Salão  foi o incidente de 1957 que ganhou notoriedade nacional.  Um grupo de artistas de tendência moderna ficou inconformado com a premiação dada pelo Salão Paranaense que valorizou a arte acadêmica. O grupo retirou suas obras do local e criou um evento paralelo chamado o Salão dos Pré-julgados.

Este resumo histórico é para dar a dimensão da importância do Salão como evento de arte,  ao longo de seus 72 anos de existência.

O seminário. 2004

La inquietudine estetica di Botero e lo sguardo vuoto

“La deformazione nei miei quadri deriva da inquietudine estetica, ha una ragione stilistica”. Fernando Botero.

Visitare una mostra dell’artista colombiano è un invito a riflettere sulle norme sociali.

Anche se lui nega la satira dietro i suoi temi, il dialogo con la poetica con l’opere hanno sempre un pizzico di ironia nascosta e suoi personaggi portano uno sguardo vuoto.

“Qualche volte nella mia pittura i temi sono deformati e questo può dare l’impressione che io fornisco un commentario della vita o che faccio della satira”.

Nuncio - 2004
Nuncio – 2004

Per il visitatore più attento, tuttavia, è difficile non essere coinvolti con l’ironia espressa, soprattutto nella scena rappresentata e nel viso.

La Fornarina - 2008 repaginando Raffaello
La Fornarina – 2005 rivisitando Raffaello

Ciò che attira più attenzione è lo sguardo dei personaggi, soprattutto quando lui tratta di temi come la politica e la religione.

Botero è nato in Colombia, dove ha vissuto fino all’adolescenza. Poi andò in Europa e dove ha sviluppato la sua arte con ispirazione da maestri della pittura rivisitando molte pitture famosi, ad esempio, Rubens e sua moglie (2005), Dopo Velasquez, (1959).

Le donne boteriana
Il bagno 2001
Il bagno 2001

Quando rappresenta la donna con volume lo fa di un modo che trasferisce allo spettatore tutta la sensualità femminile tanto nello sguardo come nei gesti.

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“Il problema è  di determinare la forma del piacere quando guarda un dipinto. Per me il piacere viene dall’esaltazione della vita, che esprime la sensualità delle forme. Per questo ragione il mio problema formale è creare la sensualità attraverso le forme”.

Nella mostra Botero, ospitata nel Complesso del Vittoriano, Roma, che rimarrà fino al 27 agosto, ha percorso è istruttivo.

IMG_2645Si inizia con le sculture, tra cui, Ballerina (2013), Leda e il cigno (2006), segue con la fase in cui rivisita i grandi maestri come la pittura  After Velasquez (1959), tratta di temi come religione, la politica, il circo e nudo artistico, in particolare femminile.

Depois de Velasquez - 1959
Depois de Velasquez – 1959

Fernando Botero (1932), pittore, e Gabriel Garcia Marquez (1927-2014), scrittore, entrambi colombiani, sono così attuale quando ci trasportano nel mondo dei sogni ispirati dalla triste e ironica realtà dal continente sudamericano.

O presidente e sua mulher.
Il presidente e sua famiglia
Il presidente e la first lady. 1959
Il presidente e la first lady. 1959
Il presidente . 2004
Il presidente . 1987

 

O seminário. 2004

Inquietude estética de Botero e o vazio do olhar

 “A deformação nos meus quadros deriva de uma inquietude estética, tem razões estilísticas “. Fernando Botero.

Visitar uma mostra do artista colombiano é um convite à reflexão sobre os padrões sociais.

Mesmo que ele negue a sátira por detrás de seus temas, o diálogo com a poética de suas obras tem sempre uma pitada de ironia oculta e seus personagens carregam um olhar vazio.

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“Muitas vezes na minha pintura os temas são deformados e isso pode dar a impressão que forneço um comentário da vida ou que faço uma sátira. A deformação nos meus quadros deriva de uma inquietude estética, tem razões estilísticas “. 

Para o visitante mais atento, no entanto, é difícil não se envolver  com a ironia expressa, principalmente, na cena retratada e na fisionomia.

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O que chama muito mais atenção é o olhar de seus personagens, sobretudo quando ele trata de temas como política e religião.

O seminario.

Botero nasceu na Colombia, onde viveu até adolescência. Depois foi à Europa e onde desenvolveu sua arte com inspiração em mestres da pintura, criando telas em que repagina pinturas como exemplo, Rubens e sua mulher, 2005, Depois de Velasquez,

Mulher boteriana

Ao contrário, quando retrata a mulher volumosa transfere ao espectador toda a sensualidade feminina no olhar e nos gestos.

Il bagno 2001

“O problema é determinar a forma do prazer quando se olha uma pintura. Para o prazer vem da exaltação da vida, que exprime a sensualidade das formas. Por esta razão o meu problema formal é criar sensualidade através das formas”.

Na mostra Botero, no Complesso del Vittoriano, Roma, que permanecerá até 27 de agosto, o trajeto é didático. Começa com as esculturas, entre elas, Bailarina (2013), Leda e o cisne (2006), faz um roteiro que inclui telas que remete aos grandes mestres, como Depois Velasquez (1959), à religião, à política, ao circo e ao nu artístico, especialmente feminino.

O presidente e a primeira dama. 1959
O presidente e a primeira dama. 1959
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Fernando Botero (1932), pintor, e Gabriel Garcia Marquez (1927-2014) , escritor, ambos colombianos, são tão atuais quando nos transportam ao mundo dos sonhos inspirados na triste e irônica realidade da América do Sul.

 

 

 

 

 

 

Foto via internet do Grupo Unità -Ciranda materna

Dance com seu bebê

Sim, dance com seu bebê!

É o que muitas jovens mamães hoje estão fazendo como uma espécie de atividade artística que traz aconchego, prazer, equilíbrio e tranquilidade para o bebê e a mãe.

É um movimento que está alcançando cada vez mais adeptas com a proposta de formar um grupo de mulheres interagindo a partir do ritmo. A dança é circular com um grupo de jovens mamães e seus bebês agarrados ao corpo materno num ‘sling’. Também pode ser feita na gestação.

Amamentação

O artigo é dedicado aos bebês e suas mamães porque tive a oportunidade de participar de uma apresentação do grupo Unità, do qual minha filha faz parte, que em parceria com Isabella Isolani abriram a 25a. Semana Mundial da Amamentação, em Curitiba, no Paraná.

A  leveza dos movimentos das jovens embalando seus filhotes fez meus pensamentos viajarem no tempo. Nesse devaneio voltei à trás, no período em que minhas filhas eram bebês e de como os conceitos vão e voltam. Hábitos e comportamentos às vezes mudam em função de um marketing alimentício, uma tendência de momento, mas ao final não adianta a indústria querer ditar as normas, ganha sempre o que é original e verdadeiro.

O que vale é a essência da vida e a natureza humana se impõe naquilo que é melhor.

A dança é sempre terapêutica e o movimento circular é ancestral na história da humanidade.

“É importante lembrar que em todas as tribos e em todas as épocas a Dança Sagrada fez parte dos rituais de suas comunidades. O círculo, símbolo universal, tendo como centro muitas vezes o fogo ou objetos sagrados como talismãs e flores, representava o espaço da comunidade para celebrar rituais de passagem como nascimento, casamento, morte e outros momentos importantes da vida humana.

A Dança Circular Sagrada não é, portanto, uma invenção dos tempos modernos. Pelo contrário, é apenas o resgate de uma prática ancestral muito antiga e profunda, vestida para os tempos atuais.”Fonte:Dança Circular

Abrir esse artigo com o prelúdio delicado das dança das mães com os seus bebês é o jeito poético e artístico de falar da amamentação e de uma triste história que deveria ser sempre relembrada para nunca mais se repetir.

Mães que secavam o seu leite

Muitas mulheres no passado deixaram de amamentar seu filho para não estragar os seios ou foram mal orientadas pelos médicos, que também não eram tão determinados e empenhados em convencer a mamãe de primeira viagem, que a amamentação era o alimento mais importante para criança recém-nascida e nos primeiros meses.

Ainda muito jovem cheguei a conhecer uma moça (professora) que me contou ter secado seu leite ( que era muito) porque não queria estragar os seios quando teve seus dois filhos. E mais, o médico que aplicou a injeção!

Campanha da indústria

IMG_20170808_185852408Nesse devaneio, escutando a meninas-mães dançarem graciosamente lembrei do pai das minhas filhas, um médico naturalista, que guardava com carinho uma reportagem publicada numa revista médica da época. Eraldo Kirchner Braga ( in memorian) mostrava para todas as mães que não tinham interesse em amamentar.

A história da promoção do leite em pó no Brasil

Uma campanha maléfica

“Em pouco mais de 60 anos, a propaganda brasileira transformou o leite em pó em uma ameaça à saúde pública, por levar as mães a abandonarem o aleitamento”.

Infelizmente, o recorte está tão velho e desgastado pelo tempo que não tenho a fonte e nem o nome da revista.  Segundo a reportagem, a promoção do leite em pó como substituto da amamentação natural, feita ao longo da maior parte da nossa história republicana foi um esforço publicitário amplo e maléfico.

“A chave dessa contradição foi descoberta ao constatar-se que um dos fatores da mortalidade infantil entre os brasileiros era proveniente do chamado “desmame precoce”, isto é, a tendência de mães pararem de amamentar  seus filhos apenas um ou dois meses após o parto, quando o período mínimo prescrito pela OMS(Organização Mundial da Saúde”é de seis meses….

Nos anos 60, o leite em pó foi transformado num “super-alimento, pelo qual a criança podia perfeitamente prescindir da mãe”

Mais sério de toda essa história é como foi conduzida a situação. Nas décadas de 20 e 30, segundo a reportagem, os anúncios evitavam sugerir que a mãe pudesse ser substituída. Com o tempo, na década de 40, os anúncios já aconselhavam o desmame maternal desde o nascimento. Nos anos 60, o leite em pó entrou com tudo.

A natureza não pode ser alterada

Nessa pequena revelação é possível perceber aquilo que destaquei acima. Muitos mães pagaram um preço muito alto e perderam seus filhos pela ignorância e manipulação da mídia.

A natureza humana tem razões que a própria razão desconhece para produzir o leite com os nutrientes necessários para os primeiros meses de vida de uma criança. Nem o poder da mídia e o dinheiro têm força e conhecimento para alterar esse processo.

Na engrenagem do milagre da vida nada pode ser alterado.

Que o ritmo das danças circulares  embalem os bebês de hoje para futuro, com o impulso gerado pela sabedoria do antigos hábitos naturais.

Dance com seu bebê!