Anthony Hernandez. Picture for Rome/ 1998-1999. Bienal de Veneza 2019

O mundo parou! Ficção agora é realidade

O mundo parou.... Não é obra de ficção e nem algo semelhante ao manifesto de André Breton, em 1924, que resultou no Surrealismo.

É realidade que se revela na decadência do modelo de vida proposto pelo homem  ao planeta. Os artistas, sempre visionários, mostraram em algumas sombrias obras da Bienal de Veneza, de 2019, a decadência iminente!

Anthony Hernandez tem fotografado ao longo de duas décadas as ruínas das cidades. Nesta obra, na série Pictures of Rome mostra os desastres que podem provocar as renovações urbanas. Projetos abandonados, hospitais em ruínas, complexos residenciais desabitados e outros planos de desenvolvimento falidos. 

Esses edifícios não são o toque corrosivo do tempo, mas espectros de mercados precários e planejamento urbano disfuncional. Utilizando as formas irregulares para realizar as construções desarmadas, o artista sublinha os detalhes reveladores entre os detritos de ambientes desolados, reinvocando assim a vida invisível daquilo que destrói e dos ex-residentes.

A instalação Eskalation, 2016, da artista alemã Alexandra Bircken, gira em torno da forma humana. Precisamente, nesta obra ela mostra como poderá ser o fim da humanidade. São corpos envoltos em tecidos que foram imersos na tinta latex negra e colocam-se jogados pelas escadas, pendurados no teto. A pergunta é: para onde estão indo?

Trojan foi a colossal escultura confeccionada com roupas usadas, argila e metal, 2016-2017, do  Yin Xiuzhen.  A figura de uma mulher que se posta curvada, é toda confeccionada em tecido de malha, camisetas que foram doadas ou retiradas da sociedade de consumo. A artista chinesa é ativista, quando era criança na Revolução Cultural, encontrou uma saída criativa no ato de costurar, que se tornou um componente monumental em suas práticas artísticas.

Arthur Rafa, artista americano criou a instalação Big Wheel I, II, III. Sua inspiração é baseada na infância no Mississipi. Um pneu gigante envolto em corrente e no centro, um núcleo semelhante a um meteorito. Mesmo que a ideia inicial seja outra, o fato de um pneumático envolto em correntes nos remete ao que estamos vivendo neste momento, aos quais qualquer projeto de viagens  viagens e deslocamentos coletivos estão proibidos.

O livro azul. 1969/ Marc Chalmé (França). Creative Commons Pinterest

Leituras possíveis em tempos de coronavírus

Ler é o melhor remédio!  Em tempos de coronavírus….

A partir dessa premissa o PanHoramarte intensifica sua pauta no segmento literatura e sugere alguns autores e livros para que o tempo seja leve durante o período de quarentena.

Nesta edição, o jornalista e escritor paranaense Luiz Manfredini faz um resumo de duas de suas obras literárias. Memória de Neblina e As Moças de Minas são livros baseados em fatos que construíram a história de nosso país.

Em tempos de quarentena contra o coronavírus, sobram horas baldias para leituras que o corre-corre do cotidiano quase sempre impedia. Muitos vão, portanto, à pilha dos livros deixados para trás.

Dois livros – As Moças de Minas e Memória de Neblina – surgem como opção para visitar (ou revisitar) a década de 1960, uma das mais efervescentes do século XX e que ainda desperta interesse entre os que desejam conhecer melhor os caminhos do Brasil. Década de dor, sonhos e lutas, de rupturas sociais e comportamentais. No Brasil, a década dos anos de chumbo do regime dos quartéis.

 

Em As moças de Minas, narra-se a dramática história de cinco jovens estudantes presas em Belo Horizonte, em 1969, por suas atividades de resistência ao regime militar – que incluíram sua transformação em operárias e camponesas para despertar as lutas sociais – e os terríveis sofrimentos pelos quais passaram.

 

 

 

 

 

 

Memória de Neblina é um romance sobre meninos e meninas que, sob a ditadura militar,conviveram com sonhos e pesadelos justamente quando estavam se formando para a vida – não mais meninos, tampouco adultos. Hilários, dramáticos, amorosos, radicais, lutam e brincam a um só tempo. Vivem um tempo de trevas. Ainda assim, acendem risos. O lúdico não abandona o revolucionário. Nas frias madrugadas curitibanas, cobrem as imaculadas paredes de um colégio – todas elas – com poemas pichados com bastões de cera. Em seguida, mergulham em estripulias até o amanhecer. Dias depois, lá estão eles distribuindo panfletos em um bairro operário e discursando sobre bancos de praças. Mais tarde, entre operários e camponeses, semeiam sua revolução. Memória de Neblina é, sobretudo, um elogio ao pensamento humanista e transformador.

 

 

 

 

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Luiz Manfredini é veterano jornalista e escritor em Curitiba. Além de As moças de Minas e Memória de Neblina, publicou o romance Retrato no entardecer de agosto e a biografia A pulsão pela escrita.  Trabalhou em O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil e revista ISTOÉ, entre outros órgãos de imprensa. É colunista do portal Vermelho e membro do Conselho Editorial da revista Princípios, editada em São Paulo.

Ambos os livros poderão ser adquiridos pela internet, no site da Livrarias Curitiba: www.livrariascuritiba.com.br
 

Autorretrato di Santa Catarina. Foto via blog Blitz Quotidiano

Artemisia Gentileschi artista del Medioevo che sfidò le maldicenze

Artemisia Gentileschi, un’artista italiana nata a Roma nel 1593,  probabilmente è stato la prima donna ad affrontare i pregiudizi quando ha messo in giudice  e ha riuscito condannare l’uomo che la violentò. Per il personaggio femminile che ha rappresentato nella storia, il coraggio e il talento che hanno permeato la carriera di questa giovane donna italiana del settecento, onoriamo tutte le donne nel Giorno Internazionale delle Donne. Magari,  l’esempio di Artemisia sia uno stimolo per le donne a continuare nella lotta contro la violenza, la disuguaglianza e la discriminazione sociale.

“Donna intelligentissima e molto bella, figlia di un noto pittore , esponente del Caravaggismo, nacque a Roma nel 1593.
Vittima giovanissima ,di un efferato stupro ad opera di Agostino Tassi, suo maestro di prospettiva, sfidò le maldicenze e la consuetudine del suo tempo,facendo condannare, dopo un lungo ed interminable processo, il suo turpe violentatore.
Dotata di di genio e di grande talento, portò nell’arte e nei suoi dipinti, prima a Roma poi a Firenze, a Londra e a Napoli, le violenze e i soprusi alle donne, trasformandoli in immensa bellezza, tanto da essere stata la prima donna in assoluto, ad entrare nell’Accademia del Disegno. ed essere poi considerata, indiscusso simbolo del femminismo.
I suoi bellissimi dipinti sono esposti nelle gallerie e nei maggiori musei italiani”, informazione dal gruppo Italini e oriundi, dal mondo, Arte, Cultura, luoghi, dal Antonio Puleo.

Un fatto molto interessante può essere visto nel profilo di Artemisia su Wikipedia, in portoghese, quando la collaboratrice descrive la biografia dell’artista: “la sua arte è attualmente oscurata dal presunto stupro che ha subito nel settecento.”

Perché oscurato? Supponiamo … Non sarà un pregiudizio che persiste ancora fino ad oggi? Al contrario in Italia, dove gli italiani la riconoscono come una grande artista e che è stata all’avanguardia nel femminismo ai suoi tempi.

Se guardiamo alla storia di Artemisia troveremo informazioni sulla stessa Wikipedia, in italiano, sullo stupro e il coraggio di esporsi nella sua tragedia personale e cercare la condanna del suo carnefice, nonché le difficoltà che ha dovuto affrontare nella società nel settecento per avere stato violentata.

 

Autorretrato em Santa Catarina. Foto via blog Blitz Quotidiano

Artemisia Gentileschi artista da idade média que conseguiu condenar seu estuprador

Artemisia Gentileschi, artista italiana nascida em Roma, em 1593, foi provavelmente a primeira mulher a enfrentar preconceitos ao levar a um tribunal e condenar o homem que a violentou. Pelo personagem feminino que representou na história, a coragem e o talento que permearam a carreira desta jovem italiana do século XVII, homenageamos todas as mulheres, em seu dia. Seja o exemplo de Artemisia um estímulo para as mulheres prosseguiram na luta contra a violência, desigualdade e discriminação social.

“Mulher muito inteligente e bonita, filha de um pintor conhecido, Orazio Gentileschi, expoente do caravaggismo, quando jovem foi vítima de um estupro hediondo por Agostino Tassi, seu mestre da perspectiva”, postou o italiano Antonio Puleo, no grupo Italiani e oriundi, dal mondo, Arte, Cultura e Luoghi do Facebook. Ela desafiou a calúnia e o costume de seu tempo, condenando, após um longo e interminável julgamento, seu violador. Equipada com gênio e grande talento, ela transferiu a violência e abuso às mulheres para arte e suas pinturas, primeiro em Roma, depois em Florença, Londres e Nápoles, transformando-as em imensa beleza. O talento foi de tal forma absoluto e reconhecido que tornou-se a primeira mulher a entrar na Academia de Desenho, em Florença e então ser considerada o símbolo indiscutível do feminismo.
Suas belas pinturas são expostas em galerias e maiores museus italianos.”

Um dado muito interessante pode ser observado no perfil de Artemísia no Wikipedia, em português,  quando o colaborador descreve a biografia da artista: “sua arte atualmente é ofuscada pelo suposto estupro que sofreu no século XVII “. 

Por que ofuscada? Suposto…. Não será também preconceito que ainda persiste nos tempos atuais. Ao contrário, Antonio Puleo, professor italiano reconhece-a como uma grande artista e vanguarda no feminismo em sua época.

Se procurarmos a história de Artemísia encontraremos informações na própria Wikipedia, em italiano, sobre o estupro e a coragem em expor-se na sua tragédia pessoal e buscar a condenação de seu algoz , assim como as dificuldades que enfrentou na sociedade do século XVII por ter sido violentada.