foto por Jaqueline D'Hipolito Dartora

Com a palavra o escritor

Nada é mais emblemático que a imagem de uma máquina de escrever.

A foto remete a alguém que a usa para escrever e inspirar-se com arte em  palavras. Eu pergunto a você se a imagem de um computador remete imediatamente a um escritor? 

Simplesmente não dá para fazer essa associação porque hoje o computador é parte do dia-a-dia e utilizado em todas as funções em uma sociedade. Ao contrário da máquina de escrever que em certas épocas, mesmo sendo utilizada em outras profissões, foi ícone e marca do escritor, como companhia inseparável.  

É fato! Tanto é que a máquina vermelha da foto pertencem a Jaqueline D’Hipolito Dartora, jornalista, escritora e também colaboradora  do PanHoramarte, que não hesita, às vezes, em bater freneticamente nas suas teclas, quando está inspirada a escrever suas crônicas e contos. Um charme, sem dúvida, com a gostosa sensação vintage.

 

Portanto, a associação desta imagem ao escritor é dar um formato poético e homenagear todos os escritores em seu dia – 25 de julho –  que foram seduzidos pela arte das palavras e seus significados, sobretudo nossos colaboradores, Erol Anar, Simone Bittencourt Chauy, Luiz Manfredini, Jaqueline Dartora. 

 

Da minha parte, posso garantir que a leitura e a escrita representam a minha vida. Minha cura. Dela tirei o meu sustento e nela continuo com se fosse uma droga que não consigo largar. 

Quando escrevo sempre lembro de minha bisavó Marie, por parte de mãe que viveu num tempo, no qual as mulheres não tinham muita chance de ler e escrever. Principalmente, numa província de imigrantes como era Curitiba no século XIX.

Marie foi guerreira em sua vida, provavelmente um pouco frustrada. Teve oito filhos e no início de casada (17 anos) levou umas petelecos de sua mãe, quando foi surpreendida deitada na cama lendo um romance e o almoço na cozinha esquecido. Os maridos naquele tempo iam tratar com a mãe  quando algo não ia bem no casório. Leia aqui a história dela Ser dona de casa, eu?

Por fim, também  eu me deixei seduzir pela arte das palavras.  Na leitura passei por todas as etapas.  Na pré-adolescência me dediquei a ler os “água com áçucar” de mamãe. Em pouco tempo me cansaram pelo lero-lero do recato e do exagero. Depois passei para os livros do meu pai, que por ordem de mamãe foram jogados no sotão. Eram picantes demais. Picantes na cabecinha dela muito limitada aos amores passionais. Papai gostava de também de clássicos e aventura.

Claro que o proibido sempre despertava mais curiosidade. Assim, escondida subia no sotão e me deleitava com todos eles. Aos 14 anos li A História da Prostituição, A Carne, de Julio Ribeiro, Kama Sutra, Casa de Pensão, de Aluízio de Azevedo, e outros picantes e muitos clássicos como José de Alencar e Machado de As

Biblioteca Nacional de Viena

“Escrever  é uma arte  que pode ser comparada  ao que sente um artista na concepção de sua tela, na nuance e uso das cores, nos traços de sua criação. Pincelar uma palavra aqui e outra acolá para intensificar o sentido da frase é excitante e a busca dos significados faz os olhos brilharem de emoção.

Um trecho do  texto/ poema de Pablo Neruda diz tudo:

Sim Senhor, tudo o que queira, mas são as palavras as que cantam, as que sobem e baixam … Prosterno-me diante delas… Amo-as, uno-me a elas, persigo-as, mordo-as, derreto-as …

Amo tanto as palavras … As inesperadas …(…)

 

3

‘Toccare il Tempo’ sarebbe possibile?

Kan Yasuda voleva "Toccare il tempo" con l'opere nel 2007, a Roma. In una mostra indimenticabile, ha collocato 30 sculture minimaliste nelle rovine romane dei Mercati di Traiano. Se fosse possibile "Toccare il tempo" 2020 sarebbe diverso.

L’artista ha usato marmo, bronzo, granito, lo stesso materiale usato nelle sculture del passato remoto, ma adesso con forme pure e linee rette. L’opera intitolata Myomo porta l’osservatore a un tunnel del tempo,  a seconda dell’angolazione che vedete o toccate.

Più di 10 anni fa, Yasuda ha detto che ha fatto l’opere per usare il “tatto come testimonianza di ciò che stiamo vivendo”. Ma chiedo: come possiamo gestire il tocco a partire dal 2020?

La risposta, il tempo sarà incaricato di darci. In esso verrà inserita l’intera battaglia contro un minuscolo e invisibile organismo che ha reso il mondo obbligatoriamente, evitare il tocco a non morire.

In effetti, se fosse stato possibile toccare il tempo nel 2007, forse l’umanità non avrebbe ancora la sensibilità di capire che sta esplorando il pianeta fino allo sfinimento. Infatti, è stato necessario qualcosa di molto terribile per mostrare l’incomprensione di una vita focalizzata esclusivamente sul consumo.

 

Myomo

 

“ ‘Minimalismo’ e ‘animismo cosmico’ sono gli unici possibili “ismi” che si addicano a Kan Yasuda e che siano in grado di definirne l’arte. Entrambe le categorie, prima ancora di essere chiavi di critica estetica, sono concetti filosofici. Il “minimalismo” si esprime nelle forme pure che Yasuda realizza e poi depone in un determinato luogo – nel caso di Roma tra gli spazi dei Mercati di Traiano, dove i concetti di “universalità” ed “eternità” si sposano sia con la sede sia con il suo linguaggio artistico – con umiltà e attenzione infinite. Opere che si collocano nello spazio come presenze vive e, in un certo senso, sacre”. Museo dei Fori Imperiali

Nel 2007, ho visto la mostra “Toccare il Tempo” di Kan Yasuda, nel Mercato di Traiano, rovine romane situate vicino al Colosseo e al Foro Imperiale. Indimenticabile. A me un piacere senza uguale. La sensazione era quella di essere in un tempio, in cui passato e presente si mescolavano in uno spazio,

Kan Yasuda ha avuto il privilegio di scegliere un luogo così significativo da sua prima mostra individuale. Posso dire trionfale!

Poi andò a Pizza, il cui contrasto nel tempo era anche straordinario.

Gli eventi attuali, Covid 19, ci mostrano una nuova realtà che richiede una revisione del comportamento degli uomini. Purtroppo,  siamo in balia di un organismo invisibile che ha dichiarato guerra agli umani, significa che il modello attuale è logoro.

Artisti sempre visionari lasciano i loro messaggi tra le linee delle loro creazioni e “Toccare il Tempo” ci mostra che l’artista sarà sempre aggiornato nelle sue ispirazioni e provocatorio.

Se fosse stato possibile toccare il tempo, come suggerisce Kan Yasuda, sicuramente avremmo potuto evitare questa catastrofe e molte altre che erano rimasti indietro.

3

Se fosse possível ‘Tocar no Tempo’

Kan Yasuda queria 'Tocar no Tempo' com suas obras em 2007, expostas em Roma. Numa mostra inesquecível colocou 30 esculturas minimalistas nas ruínas romanas do Mercado de Trajano. Se fosse possível 'Tocar no Tempo' 2020 seria diferente.

O artista usou o mármore, o bronze, o granito,  mesmo material utilizado nas esculturas de um passado remoto, porém com formas puras e linhas retas. A obra intitulada Myomo remete o observador a um túnel do tempo dependendo do ângulo que se vê ou que se toca.

Há mais de 10 anos, Yasuda apostava no “tato como testemunho daquilo que estamos vivendo”. Mas pergunto: como poderemos lidar com o toque, o tato, a partir de 2020? 

A resposta, o tempo se encarregará de nos dar.  Nela, estará inserida toda a batalha contra um organismo minúsculo e invisível que fez o mundo obrigatoriamente, abominar o toque para não morrer sufocado. 

Aliás, se fosse possível tocar no tempo  em 2007, talvez a humanidade ainda não tivesse a sensibilidade para entender que está explorando o planeta à exaustão. Algo muito terrível teria que acontecer para mostrar o equívoco de uma vida somente voltada ao consumo.

 

Myomu

“‘Minimalismo” e “animismo cósmico’ são os únicos “ismos” possíveis que se adequam a Kan Yasuda e que são capazes de definir sua arte. Ambas as categorias, mesmo antes de serem fundamentais para a crítica estética, são conceitos filosóficos. O “minimalismo” é expresso nas formas puras que Yasuda cria e, em seguida, estabelece em um determinado lugar – no caso de Roma, entre os espaços dos Mercados de Trajano, onde os conceitos de “universalidade” e “eternidade” são combinados com a sede e com sua linguagem artística – com infinita humildade e atenção. Obras colocadas no espaço como presenças vivas e, em certo sentido, sagradas”. Fonte: Museo dei Fori Imperiali

Em 2007, tive o prazer de visitar a mostra ‘Toccare il Tempo’ de Kan Yasuda, no Mercado de Trajano, ruínas romanas localizadas próximo ao Coliseu e Fórum Imperial.  A sensação foi de estar num templo, no qual o passado e o presente mesclavam-se num só espaço,

Kan Yasuda foi privilegiado em escolher um local tão significativo para sua primeira mostra individual. Posso dizer apoteótico!

Depois foi até Pizza, cujo o contraste do tempo também foi extraordinário. 

Os acontecimentos atuais, o Covid 19, nos mostram uma nova realidade que exige uma revisão no comportamento dos homens. Se estamos à mercê de um organismo invisível que declarou guerra aos humanos, significa que o modelo atual está desgastado. 

Os artistas sempre visionários deixam suas mensagens nas entrelinhas  de suas criações e a ‘Toccare il Tempo’  nos mostra que o artista será sempre atual em suas inspirações e provocador.

Se fosse possível Tocar no Tempo ou seja, Toccare il Tempo, como  Kan Yasuda sugere, certamente, viajaríamos ao futuro e poderíamos ter evitado esta catástrofe e muitas outras que ficaram para trás.

Creative commons Marina Silva pelo site

Ailton Krenak ci fa riflettere ciò che è comunità e quello che è collettivo

L'intervista con il leader e scrittore indigeno, Ailton Krenak, alla Revista Periferias è stato un invito a riflettere sulla vita in società, in particolare ciò che abbiamo fatto con la vita e come conseguenza ci ha portato a questi tempi di pandemia.

Due buone sorprese mi hanno fornito questa lettura: riconoscere che le idee di Ailton Krenak sono all’avanguardia e allo stesso tempo, le idee anche salvaguardano la memoria tra il territorio e i suoi abitanti. L’altra sorpresa è stato l’opportunità di sfogliare i contenuti entusiasmanti di questa eccellente rivista, il risultato di un’organizzazione che mantiene lo sguardo alle periferie delle città. Inoltre, è stato con grande entusiasmo che ho letto un testo di Julia Sá Ears che ci fa ripensare l’importanza di quello chi siamo e quello che facciamo con il nostro discorso sociale. Come dice lei, “esercitare l’ascolto e avvicinarsi ai popoli originari non solo salvando un ricordo ma guarindo di modo graduale con la forza di queste voci forti che riecheggiano e recuperano la storia della terra silenziosa attraverso i nostri cementi”.

Anche l’intervista condotta da Jailson de Souza e Silva, direttore generale di UniPeriferias, è stata brillante. Un approccio ben diretto, soprattutto quando si chiede ad Ailton l’importanza delle biografie come riferimento di percorsi costruiti nelle nostre vite personali e sociale.

La risposta di Ailton dimostra una esperienza quasi antropologica del potenziale collettivo. “Penso che le biografie hanno il potere di evocare percorsi della nostra formazione al lungo di nostra vita, della nostra esperienza impegnata, sia nel contesto locale, quando vivete in una piccola comunità, sia quando siete in grado di estrapolare i limiti di quella comunità in cui ci sentiamo protetti dalla memoria e dalla storia, anche se ognuno di noi può sperimentarlo “.

Índia e a mulata - Candido Portinari, 1934

Un pensiero che considera, nella traiettoria della formazione dell’individuo, una serie di risultati dal contesto in cui vive. Per lui, superare i limiti della comunità è un’esperienza rara. Se sei consapevole non ci sono problemi. Ma, secondo lui, “la maggior parte di noi è stato butato via di questo ambiente confortevole, della vita familiare, dal vivere insieme nel caso di una comunità indigena, o in una di quelle comunità autonome che vivono nelle periferie sociale, quell’ambiente, in cui la vita prospera nonostante accordi politici e in generale, è come se vivessimo isolati dal mondo pianificato, dove avvengono molte invenzioni.

Queste sono invenzioni che la storia sociale non cattura. Per queste vite siano state esperienze invisibili, persone meravigliose che sono riuscite a fare crescere i loro figli, a formare una comunità, a proteggere un territorio, a creare un sentimento di territorialità dove quel complesso di scambi, famiglie, cameratismo andare d’accordo e i ragazzi crescono in questi ambienti con un tale potere, una tale meravigliosa capacità di libertà. Questo mondo è costituito come biosfera; luogo in cui quelle vite sono arrivate 100 anni fa, e ancora di più, sono sagge, persone con traiettorie ricche, ma che non si collegano con le complesse realtà del mondo globale di cui veniamo a conoscenza in seguito.

Nel mio caso siamo stati espulsi molto presto dal nostro territorio, perché vivevamo in un contesto di comunità che erano già state considerate comunità indigene integrate o che erano in processo di scomparsa. Era come il resto degli indiani sopravvissuti alla colonizzazione del Rio Doce, ma che avevano ancora modelli di organizzazione che implicavano un accesso comune alle cose. Avere accesso comune all’acqua, al fiume, al luogo in cui è possibile ottenere cibo, accesso alla socialità che ha coinvolto la vita di molte persone. Questi collettivi sono ciò che chiamano comunità. Penso che quando chiamano questi collettivi di comunità, la svuotano un po’ ‘del potere che hanno e lo danno forma a una situazione di comunità idealizzata – non possono problematizzare la vita di queste persone.

Disegnare la biografia di un tale ambiente è un modo per illuminare l’intero ambiente e proiettare un significato nella vita di tutti; i nostri nonni, zii, genitori, i nostri fratelli, amici d’infanzia. È una nave. È una costellazione di esseri che viaggiano e transitano per il mondo, non dell’economia e dei beni, ma nel mondo delle vite, degli esseri che vivono e vivono in una costante insicurezza. È come queste mentalità, queste persone bisognassero avere un mondo dilatato a provare il suo potenciale come essere umane creatore

Persone che sono cresciute ascoltando storie profonde che riportano eventi che non sono in letteratura, nelle narrazioni ufficiali e che si incrociano dal piano della realtà quotidiana a un piano mitico di narrazioni e racconti. È anche un luogo di oralità, dove la sapienza, la conoscenza, il suo veicolo sono la trasmissione da persona a persona. È lo più vecchio che racconta una storia,o il più giovane che ha avuto un’esperienza che può condividere con il collettivo a cui appartiene e questo integra un senso della vita, arricchendo l’esperienza della vita di ogni soggetto, ma costituendo un soggetto collettivo. Guarda l’intervista completa qui in portoghese

Se volete conoscere un poco di più su Ailton Krenak vedete in italiano qui

 

La risposta è estremamente profonda e serve a riflettere sul momento tragico e insolito che stiamo vivendo a causa della pandemia. Il fatto che siamo all’ostaggio di un virus mortale e questo succede nel mondo inteiro, insomma testimonia un modello sociale che è scaduto.

Attesta anche che i popoli stanno perdendo il loro selvaggio istinto di guarigione, il loro rapporto con la Madre Terra, Pachamama come lo chiamano gli indiani andini.

L’istinto selvaggio a cui mi riferisco è quello di costruire un individuo meno guerriero e più solidale, meno consumista e più semplice. Un individuo in cui la evoluzione è risultato da un’organizzazione sociale basata sul sentimento collettivo dell’esperienza affettiva, di guardare l’altro come un simile.

Nessun dogma e giudizi religiosi. Basta essere un microcosmo inserito nel macrocosmo. Voi già avete pensato dove rimuoviamo tutto ciò che consumiamo? Dove viene la materia prima? Certamente della madre terra!