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Valeu a luta EGC! MinC voltou para potencializar a identidade brasileira

Vibramos juntos na alegria de Janja e Margareth Menezes e dos funcionários do Ministério da Cultura ao colocarem o letreiro identificando o MinC na Esplanada dos ministérios.

Cerimônia tão elementar e simples, porém tão significativa para quem lutou pela retomada da instituição cultural no Brasil. É gratificante!

Há dois anos, precisamente em agosto de 2020, em plena pandemia, não suportando mais o desmonte cultural no país por um desgoverno genocida; artistas, intelectuais e profissionais de todas as artes, liderados pelo cineasta Silvio Tendler criaram os Estados Gerais da Cultura, num encontro virtual. O EGC ganhou logomarca espaço nas redes sociais e um canal no Youtube para provocar e promover o debate.

Durante quase dois  anos estivemos confinados em casa, mas nossa voz ecoava pelo mundo afora em encontros com representantes das ciências, da política, das artes, das minorias. Caminhamos ao lado do movimento SOS Cultura liderado pela Associação de Funcionários do MinC. 

 Todo o tempo estivemos presente nas redes sociais com manifestos, denunciando absurdos cometidos durante um governo que politizou a pandemia, desrespeitou a ciência, militarizou escolas e tentou sufocar nossa cultura. 

A história universal comprova que um povo sem cultura é como marionetes nas mãos de ditadores. Por isso, a primeira medida de opressor sobre o oprimido é destruir a sua identidade cultural. Tentaram mas não conseguiram. 

Tentaram destruir a essência da alma brasileira e ela está mais viva do que nunca e presente nas ações do reconstruído Ministério da Cultura.

O verbo esperançar está sendo conjugado a todo momento com ações de fomento à cultura. Em poucos meses foram retomados os principais programas que estavam sufocados numa gaveta bolorenta do Ministério do Turismo durante quatro anos.  Um novo decreto assinado no dia 23 de março pelo presidente Lula e a ministra da Cultura Margareth Menezes estabelece novas regras para estimular e fazer cultura no país. 

Todos são contemplados com suporte cultural direto – Leis Rouanet, Paulo Gustavo, Aldir Blanc, Cultura Viva entre outras políticas públicas – com padronização das regras para o acompanhamento da prestação de contas e transferência de recursos federais. Assim parece que se acende uma luz no fundo do túnel.

 O que antes parecia um sonho, uma utopia, hoje é realidade.  A tarefa é árdua e a caminhada é longa pela frente para conseguirmos construir um Brasil melhor. 

 

Não podemos esquecer a grande aposta dos Estados Gerais da Cultura no lema “com arte, ciência e paciência mudaremos o mundo”.

 
Legenda

Incríveis ‘Colagens’ de Ingrid Wagner dialogam com várias artes

Ingrid Wagner usa colagem manual e arte cinematográfica em suas obras. "O ser humano como tema, serve como instrumento das experiências que vivencia em outra dimensão do real".

Todas elas são surrealistas, arrisco em analisar assim, mas a roupagem é contemporânea porque envolve muitas artes e novas tecnologias, colagem, arte cinematográfica, crítica e poesia. “Uma história congelada em um fotograma sugerindo a continuidade do movimento, como no cinema”, afirma a artista.

A incrível criatividade  de Ingrid Wagner, diretora cinematográfica e artista multimídia paranaense, poderá ser apreciada numa exposição no  Museu Guido Viaro, em Curitiba. 

Confesso que recebi com muito carinho a informação de que Ingrid estará expondo em Curitiba porque  lembrei de sua trajetória ao lado de seus irmãos Elizabeth, Rosane e Helmuth Júnior, que se projetaram na década 70 e 80 com diversos filmes de animação, inclusive premiados. 

Também nesse retorno carinhoso ao passado lembrei que fui aluna (já na Universidade) do memorável fotógrafo paranaense Helmuth Wagner, pai de Ingrid. Apesar de ser um curso de extensão, jamais esqueci as noções sobre luz e sombra numa foto em preto em branco e as técnicas de revelação para filmes analógicos. A empolgação foi tal que comprei o básico do básico para revelar fotos em casa e consegui algo ‘sofrível’ ao montar um pseudo-laboratório fotográfico num canto do quarto dos meus pais, que era o cômodo que eu conseguia mais escurecer na casa. Pois é, culpa foi da eficiente aula de Helmuth Wagner. Quase me senti maravilhosa na arte de fotografar em ‘preto e branco’! Mas durou pouco tempo por falta de dedicação e jeito.

Outro fato também foi a ligação familiar com Elizabeth, em função de que foi casada com um primo do meu marido e quando minhas filhas eram pequenas um episódio ficou inesquecível para elas. As aulas de desenho animado que tiveram com as irmãs Wagner durante as férias. São memórias ternas que permaneceram no tempo. 

PALAVRAS

Indicando o caminho, 
esquecidas como fardo, 
precipitada à chuva,
 
molhadas,
julgando-se livros, 
semeando desertos,
resistem as pedras 
OBSTRUINDO A PASSAGEM
 
está bem guardado
o segredo da imagem
que diante dos olhos
parecem enigma
CÃES NÃO SE INTERESSAM
 
pelo aroma das frutas
mas estará seguro
o lixo
do assalto das mãos?

Ingrid é filha do consagrado fotógrafo Helmuth Erich Wagner e da desenhista imaginativa Edith Pitz Wagner. Os Irmãos Wagner, Ingrid, Rosane, Elizabeth e Helmuth Jr (‘Muti’) iniciaram juntos suas carreiras como curta metragistas. A partir dos anos 80, participando de concursos de roteiros, viabilizaram produções em 16mm e 35mm. Tiveram filmes premiados em festivais no Brasil e no exterior, como no "Canadian Amateur Film Festival". No Paraná, foram reconhecidos tanto nos meios oficiais, com menções na Assembléia Legislativa e na Câmara Municipal de Curitiba, quanto nos empresariais, recebendo prêmios como o “Bichos do Paraná”, concedido a personalidades destacadas em suas respectivas áreas. Ainda prosseguindo a sua trajetória de cineasta, em 2006, já na era do cinema digital, Ingrid dirige, junto com Fernando Severo, o documentário “Helmuth Wagner, Alma da Imagem”. Em 1992, Ingrid inicia o seu trabalho com colagens e em 2008 lança o livro Ingrid Wagner – Colagens. Fonte: Linkedin 

* Todas as imagens foram retiradas do Instagram e Facebook de Ingrid Wagner.

Por não se sentir livre Somente se permitiu Sonhar

O talento e a sensibilidade foram sempre parte da vida de Ingrid e de toda família. A mãe era desenhista imaginativa, Edith Pitz Wagner.

 “No livro “Ingrid Wagner – Colagens”, poesias dão voz às imagens. Os diálogos estabelecidos pela arte não podem ser discursos jogados ao vazio. A arte como conexão entre razão e emoção tem o poder de estabelecer novos conceitos, onde sentimentos importam.O projeto gráfico do livro foi idealizado por Chantal Wagner Kornin”

Os Irmãos Wagner, Ingrid, Rosane, Elizabeth e Helmuth Jr (‘Muti’) iniciaram juntos suas carreiras como curta metragistas. A partir dos anos 80, participando de concursos de roteiros, viabilizaram produções em 16mm e 35mm. Tiveram filmes premiados em festivais no Brasil e no exterior, como no "Canadian Amateur Film Festival". No Paraná, foram reconhecidos tanto nos meios oficiais, com menções na Assembléia Legislativa e na Câmara Municipal de Curitiba, quanto nos empresariais, recebendo prêmios como o “Bichos do Paraná”, concedido a personalidades destacadas em suas respectivas áreas. Ainda prosseguindo a sua trajetória de cineasta, em 2006, já na era do cinema digital, Ingrid dirige, junto com Fernando Severo, o documentário “Helmuth Wagner, Alma da Imagem”. Em 1992, Ingrid inicia o seu trabalho com colagens e em 2008 lança o livro Ingrid Wagner – Colagens. Fonte: Linkedin.

Ilustração por Marcela Weigert. Rios e povos do Tocantins. 2021

Ilustrações de Marcela para o Escravo Nem Pensar!

As águas, o capim dourado, os povos indígenas estão representados nesta ilustração de Marcela Weigert para o projeto Escravo Nem Pensar.

Marcam a identidade da região do Tocantins para um caderno de experiências no combate a escravidão contemporânea que foi lançado em 2021. De lá para cá, muito coisa tem sido feita pelo programa Escravo Nem Pensar,  criado em 2004 pela ONGRRepórter Brasil, com objetivo educacional  focado no treinamento de pessoas, entre educadores e profissionais da rede pública para combater no país condições análogas à escravidão.

Um trabalho de conscientização que não poderá ter fim enquanto persistir casos como os que foram denunciados recentemente no Rio Grande do Sul, envolvendo as vinícolas Aurora, Garibaldi e Salton. 

As ilustrações são lúdicas e exaltam a liberdade, o povo e sua cultura. A valorização de sua identidade social como base para agir e buscar meios legais  quando existe a violação dos direitos humanos.  No Brasil é crime, pelo artigo 149, do Código Penal.

 Enquanto existir dados como esses divulgados pela ONU que mostram as contradições sociais no Brasil é preciso investir em programas e educacionais e melhorar a qualidade vida da população brasileira. O país  é a décima segunda economia do mundo, com seus 220 milhões de habitantes, como também um grande mercado consumidor, mas é o segundo em concentração de renda e o sétimo em desigualdade social.  
 

O Maranhão foi outro estado brasileiro envolvido no programa e teve treinamentos de 2019 a 2021. As ilustrações da publicação são assinadas por Marcela Weigert.

No caderno do Maranhão por exemplo, a ilustração representa identidade da região. “Ä quebradeira de coco, pássaro guará , carimbó e as cores vivas da região bailam nos traços para representar essa gente de luta contra a escravidão”,  explica Marcela. 

O trabalho escravo dos dias de hoje difere da escravidão dos períodos colonial e imperial, quando as vítimas eram presas em correntes e açoitadas no pelourinho. O trabalho forçado, servidão por dívida, jornada exaustiva, condições degradantes são irregularidades trabalhistas que desrespeitam a dignidade e os direitos humanos.

Marcela Weigert usa a poética artística de forma lúdica para alertar e denunciar a violência, o preconceito e a desigualdade social.

 

Quem somos

Mari Weigert é editora responsável do Pan-horamArte. Formada em Comunicação Social – jornalismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Especialização em História Arte pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná e aluna (um ano) ouvinte de Crítica de Arte, na Sapienza Università de Roma. Trabalhou em televisão como repórter e editora, fez assessoria de imprensa e tem experiência na área ambiental e cultural como jornalista – por 35 anos no Governo do Paraná.

É fascinada pela web e seus erros e acertos, adora viajar e mais ainda escrever sobre os lugares que visita, principalmente sobre mostras de arte, bienais e fatos pitorescos ou um simples bate-papo.

Marcela Weigert é artista, ilustradora e quem criou a logomarca do Pan-horamArte. Formada em Design Gráfico pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), tem especialização em Educomunicação pela Universidade de São Paulo (USP), atualmente doutoranda pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa. Acredita que é possível utilizar o desenho, com viés lúdico, para denunciar, criticar e estimular as pessoas a construir um mundo melhor. Por intermédio das cores e dos traços expressa a maneira de sentir a vida. Suas fontes de inspiração fundamentam-se na igualdade social.

Ariane Gomes Genesi é engenheira de automação especializada em Tecnologia da Informação, com experiência em marketing digital. Atua no Pan-horamarte como responsável pela parte tecnológica, manutenção e programação visual do site. Transita com desenvoltura tanto na área tecnológica como na comunicação, sem deixar de lado a sensibilidade e intuição feminina como potentes aliadas nas análises sobre marketing digital.

Colaboradores

Os colaboradores do Pan-horamArte são amigos acolhidos com carinho porque todos têm em comum as palavras bem escritas e o amor pela cultura e arte. Transitam com a liberdade de ir e vir e seus escritos são guardados a sete chaves, permanecem para distribuir emoções e a poesia da vida. Por isso, serão sempre bem-vindos aqueles que desejarem escrevinhar, seja sobre literatura e arte e sobre coisas triviais com poéticas.

Erol Anar

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Nasceu em Havza na Turquia, estudou em cursos de Antropologia (durante dois anos), História da Arte (durante dois anos) e pintura (durante um ano) nas universidades de Istambul, Ancara e Samsun. Foi membro da Associação dos Escritores Turcos, trabalhou no Centro de Arte Contemporânea de Ancara onde foi orientador de leitura da obra de Dostoiévski e da literatura universal durante 10 anos. Ganhou prêmios. Escreveu em diversos jornais, vários artigos foram sobre arte, direitos humanos, literatura e a vida cotidiana. Ainda teve entrevistas veiculadas em jornais de diversos países e tem 15 livros publicados no idioma turco. Dois deles foram traduzidos para português.

Jaqueline D'Hipolito Dartora

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É formada em Jornalismo na Universidade Santiago de Compostela. Se identifica como escritora e "vinalogadora". Atualmente dedica-se ao marketing e a comunicação, promovendo eventos que conectam e promovem o diálogo entre o vinho e as artes em geral. Têm também vários projetos paralelos relacionados com as letras e o mundo do vinho. Promove formas mais sustentáveis de vida, sendo uma ativista do uso da bicicleta na cidade e de uma vida mais saudável, lenta e meditada. No seu tempo livre realiza trabalhos voluntários em Vinícolas ecológicas e (WWOOF) y recentemente criou o blog Vinálogos. Colabora com alguns blogs, lojas de vinho, e escreve contos, relatos, ensaios em inglês, português e espanhol.

Flávio Cunha

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É cabelereiro e além de excelente profissional, adora se entreter com o mundo das artes. Nas horas vagas gosta de escrever contos e causos bem humorados. Mas nesse momento suas horas vagas são dirigidas a Bella, sua filha, que faz a vida dele ficar mais colorida.

Paula Braga

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Psicanalista membro da IF- EPFCL- Fóruns do Campo Lacaniano Rede Diagonal Brasil - Natal. Psicóloga desde 2001 formada pela Universidade Tuiuti do Paraná. Trabalha atendendo online e presencialmente crianças, adolescentes e adultos. Tem agenda intensa, mas sempre deixa dias livres para viver momentos felizes com sua filha Gabriela.

Simone Bittencourt Shauy

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É enfermeira, escritora e ilustradora. Escrever para ela é pura intuição e exercício de liberdade. Também adora contar histórias e escreveu para Pan-horamArte durante um período até 2016, mas seus textos são preciosos e permanecerão enquanto o site existir para propagar cultura e arte.

Luiz Ernesto Wanke

(1933-2019)
Foi escritor, professor e buscou na pesquisa histórica sentido para seus livros. Escreveu 38 contos que permanecem no Pan-horamArte e entre eles, destaca-se uma importante pesquisa feita junto com seu filho, Marcos Luiz Wanke, também professor, sobre a entrada de chineses na América, no século V d.C. relatada no livro Brasil Chinês. Gostou sempre de escrever contos e crônicas sobre fatos da vida e suas experiências, entre elas um achado científico sobre Física publicado nesse site sob o título - "Professor afirma que existe vida além da Terra".Certamente, Luiz Ernesto está realizando sonhos utópicos em esferas além da matéria.