Dez anos sem
Wilson Bueno

Lembrando os dez anos do assassinato, em 31 de maio de 2010, do escritor paranaense Wilson Bueno, um dos mais férteis personagens da literatura paranaense contemporânea, o jornalista e também escritor Luiz Manfredini está lançando pela internet a biografia A pulsão pela escrita.

A pulsão pela escrita

Luiz Manfredini apresenta não apenas uma boa história, mas narrativa emocionante, plena de conflitos humanos, amálgama de biografia, romance e jornalismo em torno da tormentosa vida e a obra singular de Wilson Bueno, escritor que não viveria, absolutamente, sem escrever, e que se agarrava à literatura movido por uma pulsão vital, absoluta.

Talento e deboche

Nicolau, obra

Flâneur e libertino

“A ampla pesquisa de A pulsão pela escrita envolveu trabalho de quase três anos em que Manfredini ouviu dezenas de amigos, companheiros de infância do escritor, especialistas em literatura, familiares de Bueno e um sem número de observadores da vida e obra do autor de O Mar Paraguayo”.

Aroldo Murá, jornalista e escritor.

“Abrindo mão dos protocolos que regem o gênero, Manfredini elabora idas e vindas de seu personagem, sem perder o fio da meada, explicitando uma existência plena de conflitos humanos”.

 

Jornal Rascunho

Nascido em março de 1949 no minúsculo povoado de Água do Salto, encravado no sertão no Norte paranaense, filho de um lavrador que se tornou motorista de caminhão e, mais tarde, dono de pensão, Wilson Bueno tornou-se escritor de múltiplas facetas.

Ora um flâneur, um vagau, como dizia, colhendo aqui e ali, em andanças sem destino, a vida tortuosa dos marginalizados. Suscetível a influências, ora incorporava Jean Genet, em sua mitologia pessoal de escândalos e rixas, ora o libertino Arthur Rimbaud, vestes rotas, cabelos longos e desarrumados e o comportamento considerado ultrajante.

Em seus últimos vinte anos de vida, sóbrio, fechou-se em recato, mostrando-se como um discreto e elegante cavalheiro vitoriano.


Luiz Manfredini

Veterano jornalista e escritor em Curitiba. Além de As moças de Minas Memória de Neblina, publicou o romance Retrato no entardecer de agosto e a biografia A pulsão pela escrita.  Trabalhou em O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil e revista ISTOÉ, entre outros órgãos de imprensa. É colunista do portal Vermelho e membro do Conselho Editorial da revista Princípios, editada em São Paulo.

“Em pânico, ele não percebeu o voo da faca que, afinal, penetrou-lhe o pescoço, atingindo a jugular. Por breves segundos cambaleou, a vista opaca e os sentidos afrouxados, para em seguida arriar sobre a cadeira na qual estivera sentado. Por fim, um segundo golpe, desta vez perfurando a carótida, o fez escorregar para o chão.No pescoço, a faca oscilava feito um pêndulo sinistro.
Nos olhos esbugalhados, estacionara um mortiço olhar perdido entre o sangue e o nada”.

“(...). A literatura, pra mim é isso: uma pulsão vital, absoluta (...)”

Wilson Bueno