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Bem guardada

 

Ao chegarem na esquina do colégio, trocaram um beijo, há muito desejado.

Com sorriso, com possibilidade de acontecer outras vezes, porque o amor estava na esfera da vida deles. A adolescência trazia o frescor das descobertas que vinham aos jorros, entre a geografia e a tabela periódica.
A sensação dos lábios dele permaneceu com ela, apesar da fala dos professores, do burburinho do intervalo e daquele resto de dia; a sensação dos lábios dela permaneceu com ele, apesar do papo dos colegas e da aula de gramática.
O som da voz dele fazia borboletas roçarem asas dentro do peito dela, o coração aos pulos; a visão das mãos dela, abraçando os livros, causava na barriga dele uma espécie de arrepio elétrico.
Como não se viam nos finais de semana, a espera do reencontro amontoava a saudade e o desejo.
Aquele beijo marcou a trajetória amorosa dos jovens, que a vida separou naquele ano.
Somente muito mais tarde se falaram, tomados por surpresa quase paralisante. Haviam constituído família e uma vida repleta de êxitos e muitos projetos.
O olhar terno encontrou comunicação direta com seus corações, enquanto as palavras saíram da boca, com efeito social, apenas. Até porque supermercado não é o melhor lugar para falar de tantas etapas de vida.
Com horários cronometrados, despediram-se. Ainda assim, foi um bom reencontro.

Como seria se eu tivesse me casado com ela?
Como seria se eu tivesse me casado com ele?
O primeiro amor era uma das melhores recordações daquela época doce de suas vidas. E permanecia límpida!

 

imagem: http://ffw.com.br/noticias/moda/first-kiss-primeiro-beijo-fashion-film-wren/

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