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“All the World`s Futures” é o tema da Bienal de Arte em Veneza.

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Por Mari Weigert – Veneza começa a primavera respirando arte por todos os cantos de sua exótica construção urbana. Este é o ano que acontece a Bienal, um dos mais tradicionais eventos, que reúne artistas e obras de destaque no campo das artes plásticas, cinema, arquitetura, dança e teatro, até 22 de novembro.

O ponto alto da Bienal  é a Exposição Internacional das Artes que este ano foi aberta para o público na primeira semana de maio. Uma iniciativa que atrai visitantes do mundo inteiro que se enveredam num percurso único na máxima expressão da criatividade de artistas que representam as diversas culturas existentes ao redor do planeta.

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Uma das obras premiadas da Bienal de Veneza em 2013. Foto Mari Weigert

Visitar Veneza em época de Bienal, para o amante das artes, é ultrapassar os limites da realidade e transitar em uma outra dimensão da matéria. Aquela que sublima na forma, na cor e na linguagem a poética da humanidade.

Publicação original no site oficial da Bienal –

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foto site da Bienal.http://www.labiennale.org/it/arte/esposizione/56/

“Aberta na primeira semana de maio, a tradicional Exposição Internacional de Arte de Veneza, este ano a 56a. com o tema “All the World`s Futures”, sob a curadoria de Okwui Enwezor e organizada pela Bienal de Veneza presidida por Paolo Baratta.

A mostra mantém 89 participações nacionais nos pavilhões ‘ai Giardini, all`Arsenale’ e no centro histórico de Veneza. São cinco países presentes pela primeira vez: Grenada, Ilhas Maurício, Mongolia,  Moçambique e República de Seychelles. Outros países também participam este ano depois de uma longa ausência: Equador (1966), Filipinas (1964), Guatemala (1954).

O Vaticano participa com uma mostra na Sala das Armas, um espaço que a Bienal restaurou para ser destinado aos pavilhões permanentes.

O Pavilhão da Itália no Arsenal, organizado pelo Ministério dos Bens e Atividade Cultural com a direção geral de arte e arquitetura contemporânea e periferia urbana, tem a curadoria este ano de Vincenzo Trione.

São 44 os eventos oficiais paralelos autorizados pela curadoria e promovidos por organizações internacionais, que estabelecem suas mostras e iniciativas em vários lugares da cidade.

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Mostra Internacional

A  mostra “All The World`s Futures” forma um único percurso expositivo que se articula com o Pavilhão Central ( Giardini) e Arsenalle, incluindo 136 artistas dos quais 89 estão presentes pela primeira vez, provenientes de 53 países e 159 são novas produções realizadas por esta edição.

“A Bienal tem 120 anos de idade, e ano após ano continua a construir até mesmo a sua própria história, que é feita de muitas lembranças, mas, em particular, de uma longa sucessão de diferentes pontos de observação do fenômeno da criação artística na contemporaneidade.”

Assim Paolo Baratta abriu a edição deste ano, recordando que “Bice Curiger nos trouxe o tema da percepção e Massimiliano Gioni estava interessado no fenômeno da criação artística do interior, as forças interiores que levam o artista a criar”.

Hoje, o mundo nos é apresentado por meio de fraturas e lacerações graves, por assimetrias e incertezas sobre as perspectivas. Apesar dos enormes avanços no conhecimento e tecnologia, vivemos uma espécie de ‘idade da ansiedade’.E a Bienal retorna a observar  a relação entre a arte e o desenvolvimento da realidade humana, nas forças sociais, políticas, e nas buscas dos fenômenos externos. Se quer, então, indagar de modo as tensões do mundo externo tocam a sensibilidade, as energias vitais e expressivas dos artistas, seus desejos e os movimentos da alma. A Bienal chamou Okwui Enwenzor, explica Baratta, também pela sua particular sensibilidade a estes aspectos.

“Curiger, Gioni, Enwezor: quase uma trilogia – sintetiza o presidente – três capítulos de uma pesquisa da Bienal de Veneza e seus referimentos úteis para formular juízos estéticos sobre a arte contemporânea, questões ‘critica’ depois da fim da vanguarda e da arte ‘não arte’.”

“Okwui não pretende ser juiz ou exprimir uma profecia, mas quer convocar a arte e os artistas de todas as partes do mundo e de diversas disciplinas: um Parlamento das Formas. Uma mostra global onde nós podemos interrogar, ou ao menos escutar os artistas provenientes de 53 países, e muitos de várias áreas geográficas que nós denominamos de periféricos. Isto nos ajudará também a nos atualizar-se sobre a geografia e os percursos dos artistas de hoje, matéria esta que será objeto de um projeto espeical: aquele relativo ao Currículo dos artistas que operam no mundo. Um Parlamento , portanto, para uma Bienal de várias e intensa vitalidades.”

“Aquilo que se expõe na Bienal tem como fundamento 120 anos de história das artes, cujos fragmentos são em cada angulo e de várias frentes, considerando a instituição obra na arte, na dança, no teatro, na música e no cinema (…). É um lugar de ‘imagens dialéticas, usando a expressão de Walter Benjamin”.

“E ainda estou satisfeito – conclui Baratta- de não ter escutado as tristes considerações de quem, em 1998 dizia que a mostra com pavilhões estrangeiros era outmoded(fora de moda) e que já estava eliminada, talvez colocando em prática um cubo branco, um espaço asséptico, no qual seria  exercitar a nossa abstrata presunção ou para dar hospitalidade à ditadura do mercado. Na verdade, a nossa articulada e complexa realidade nos ajuda a evitar este perigo. A grande montanha de fragmentos de nossa história cresce a cada ano, e à frente esta ainda uma montanha maior daquilo que não foi mostrado nas Bienais do passado”. 

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