Jogadores de xadrez  Marcel Duchamp

Mindfulness

Já faz algumas semanas, antes de viajar para o Brasil, fiz um curso de mindfulness aqui na empresa onde trabalho. Complicado falar sobre mindfulness quando tantas coisas estão na nossa cabeça constantemente. Eu mais do que nunca sinto que preciso urgente … mas isso não significa que um dia de curso me faça uma grande ‘expert’ no quesito.

A coisa é que nesse fim de semestre, os prazos estão apertando, os problemas seguem aparecendo e as vezes parece que a ansiedade vai tomar conta da gente. Sempre tento controla-la de alguma forma, mas vou notando de um modo latente para que ela não tome conta de mim, tenho que parar, respirar e refletir.

Nesse momento de reflexão é quando tomamos decisões sérias para poder levar tudo isso que afeta com mais filosofia. É nesse momento que realmente vemos que precisamos de um trabalho vital com nós mesmos para poder enfrentar o dia a dia da mesma forma que estávamos fazendo antes.

Nessa reflexão, pensei em várias coisas que às vezes fazem a gente fugir dele ou mesmo fingir que o problema não existe.

1 – Tempo

Tirar tempo para si não é fácil. Até porque todo mundo sempre quer prioridade na sua vida. E você, por culpa ou mesmo por medo, acaba dando prioridade aos outros em vez de si mesmo. Parar e pensar é difícil porque exige mais que tempo e dedicação de nós mesmos. Exige honestidade consigo mesmo.

E isso é complicado. Então, para não encarar o meu maior medo, eu fico buscando ocupações e dando volta no problema dos outros.

Para dar um basta nisso e voltar ao equilíbrio mental, é preciso criar tempo para si…Parece de loucos, mas não é. Sei que o tempo é o que é. Mas por quê dentro de uma agenda lotada não criar um lugarzinho para nós mesmos. Começar a colocar na agenda o tempo que dedicamos a nós mesmos.

Se nos dedicamos tanto a outras pessoas, ao trabalho, aos compromissos sociais, por que não criar um tempo só para você. E para levar a sério ele, é necessário colocar na agenda. Durante essas horas, você pode dedicar às atividades que te dão prazer e também um tempinho para reflexionar sobre si, sem ruídos exteriores.

2 – Sem tecnologia

Para que esse tempo seja de qualidade também é preciso dar um basta na tecnologia. Quero dizer, não radicalmente, mas dentro de certos parâmetros. Se você não está de férias você sabe que precisa da tecnologia para muita coisa, inclusive para trabalhar. Agora, uma coisa é certa: não precisa dela as 24 horas. Então por que não apagar por um par de horas o celular e todas as outras formas de comunicação?

Por que não dedicar um tempo do seu dia ao mundo analógico?! Sem whatsapp ou qualquer outra rede social. Sem computadores, sem filmes, sem TV, sem nada. Com essa atitude você realmente determina que este tempo é seu. E que ninguém pode interferir. Porque nesse exato momento está trabalhando na construção do seu EU, daquilo que quer ser… E para isso é necessário toda atenção possível; dedicada única e exclusivamente para consigo.

O celular mantém as pessoas nervosas e o estar conectado e respondendo mensagens que não lhe dizem respeito só leva as pessoas a fatiga mental. Desconectar é preciso. E não só quando se dorme.

Já tem muita gente falando de dieta detox da tecnologia, e não me parece absurdo. Estudos demonstram que os celulares nos deixam cada vez mais ansiosos, e que a tecnologia é demandada 24 horas por uma pessoa somente para suprir o seu sentimento de solidão. Isso leva muitos a depressão… e se não leva a depressão, muito provavelmente levará à loucura.

Lendo estudos na própria internet sobre os danos da tecnologia sobre o ser humano, decidi cortá-la de forma saudável. Não com todo seu radicalismo, mas decidindo conscientemente os horários que preciso estar comigo mesma, com os outros (ao vivo) e que não quero que a tecnologia atrapalhe.

3- Mindfulness

O trabalho não acaba aí. Mas esse foi o meu ponto de partida. Para poder enfrentar os problemas e o estresse do dia a dia é necessário buscar soluções sérias. Fazer meditação é um dos desafios. Voltar a estar em contato consigo, fazer uma atividade que me mantenha no presente todo o momento e que me permita ver as coisas de melhor maneira para afrontá-las.

Não precisa ser meditação… se pode começar com atividades que mantenham a cabeça no presente, tais como esporte, atividade física pensada, que exija concentração para realizá-la. O negócio é não fazer as coisas no piloto automático. Dizia a professora que nos deu aula sobre a importância de estar focado naquilo que se faz.

Depois disso se pode passar a meditação. Três minutos por dia é suficiente para começar… treinar viver no presente.

4 – Trabalho contínuo

A receita parece fácil. E sinceramente não é. Teus problemas não vão desaparecer. E isso aqui não é ciência certa ou receita de bolo. Funciona para uns, para outros não. Mas não vale desistir no começo pensando que para mim isso não vale. Ter tempo para si, viver o presente, observar o entorno são receitas antigas dos grandes filósofos da humanidade. O texto só é um pouco mais didático e muito mais simplista que o de antes, mas a essência é a mesma.

Então, por que não tentar um pouquinho todos os dias?

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